Impostação Vocal
A voz determina a própria personalidade de quem fala. Quando estamos tristes, alegres, apressados, seguros, etc..., a primeira identificação deste comportamento é transmitida pela voz. Por que será que a voz reflete com tanta nitidez o que se passa no interior das pessoas? Desde o nosso aparecimento na terra até os dias atuais, adaptamos certas partes do nosso aparelho digestivo e certas partes do nosso aparelho respiratório para a fabricação da fala e construímos, assim, o nosso aparelho fonador. Nota-se, entretanto, que o aparelho fonador – embora exista para a fabricação da fala – é uma adaptação do nosso organismo, e qualquer problema de ordem física ou emocional será imediatamente revelado através da voz.
É exatamente ai que o locutor deve trabalhar uma correta impostação vocal. Ela deve ser efetivada para um maior envolvimento com o ouvinte. Na verdade chega a ser um aspecto subjetivo na locução. Em princípio, um ouvinte “comum” não desliga o rádio simplesmente porque “não gostou” de sua impostação. Uma má impostação não o envolve e ele, inconscientemente, acaba desligando o rádio ou mudando de estação.
Para trabalharmos uma correta impostação é preciso – antes de qualquer coisa – entendermos o correto conceito de impostação de voz para o rádio atual. A idéia de “mudar a voz”, ainda muito comum ao teatro (em função dos personagens), não é mais interessante para veículo rádio. Tempos atrás, só as “ grande vozes” trabalhavam no rádio. O que se faz hoje em relação à impostação é a correta colocação da voz ao microfone sem, necessariamente, “mudar a voz”. Mais importante que uma bela voz é comunicação.
Uma boa impostação vocal está intimamente ligada à pratica diária de locução e a uma certa doze de sensibilidade por parte do locutor. Pode-se, entretanto, valorizar certos aspectos da fala para aproximar-se de uma “impostação ideal”.
A velocidade da fala é fundamental para se efetivar uma boa impostação. Cada individuo tem um ritmo próprio, e isso tem de ser respeitado. Agora, se você está com as vogais bem colocadas, o risco da sua mensagem não ser entendida é bem menor. Cuidado para não ser nem muito lento nem muito rápido. Você pode ser lento o suficiente para ser entendido sem ser “para baixo”. Uma outra dica: tente pronunciar bem as vogais finais de cada palavra.
O pique
Felizmente quem está começando no rádio erra mais por excessos do que por desconhecimento técnico. Principiantes costumam confundir o que os radialistas chamam de pique por um “ritmo muito corrido”, às vezes se aproximando do grito. Tenha calma. Usando uma correta impostação vocal você poderá ser alegre, energético – sem exagerar no pique. O excesso de pique compromete não só sua locução como a comunicação, como um todo. Hoje, pode-se entender o termo “pique” como “rica inflexão vocal”.
Pontuação Gramatical X Pontuação Expressiva
Rádio é, antes de tudo, som. É onde se dá a valorização da oralidade. A pontuação gramatical existe no texto escrito. Mas quando falamos a pontuação que “aparece” é a expressiva (ver textos informativos da rádio). Os sinais do ponto (.), virgula (,), dois pontos (:), e ponto e virgula (;), entre outros, surgiram para tentar “traduzir” pontuações expressivas. Esta pontuação é usada, também, para a respiração do locutor. É uma pequena pausa que ajuda no entendimento do que está sendo dito. Procure definir, antecipadamente, onde será feita a pontuação expressiva. Para tanto leia sempre o texto antes de ir ao ar. É importante que o locutor saiba o que está lendo.
Trabalho de voz
Outra parte de extrema importância no rádio é o trabalho de voz. Ao contrário do que se possa imaginar, este exercício sistemático não consiste em “mudar” a voz do locutor. Tenta-se neutralizar excessos regionais, aproximando-se do que chamamos de “nacionalização da locução”. De uma forma meio involuntária, o rádio institucionalizou um modo de se falar ao microfone, neutralizando os sotaques de cada região. Genericamente, há pouca diferença entre, por exemplo, um locutor do Espírito Santo e um de Pernambuco, em se tratando de trabalho de voz.
Cuidado com as letras “D” e “T”.
Por exemplo: bom dia; a oficina de rádio acontecerá de 05 à 09 de maio; boa tarde;
Cuidado também para não trocar o som do “S” pelo som do “X”, algo muito comum no nordeste brasileiro.
CONSCIÊNCIA NEGRA
Há 4 anos
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