domingo, 3 de maio de 2009

projeto 6

Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Departamento de Comunicação Social



Técnicas de leitura
para apresentação de textos jornalísticos





GUIA DE ESTUDO

Prof. Adriano Gomes











Natal-RN
2003
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Departamento de Comunicação Social

Técnicas de leitura

1) A VOZ
O ser humano pré-histórico exprimia-se por sons e gestos. Com o desenvolvimento da inteligência descobriu que os sons que emitia inconscientemente num esforço, na luta ou na dor, serviriam para exteriorizar seus sentimentos. Dava a voz um poder sobrenatural, pois era um meio de comunicação com os espíritos, a quem atribuíam todas as paixões humanas: cólera, vingança, bondade, que julgavam afastar ou atrair com a prática das magias orais. Utilizamos o aparelho fonador quando cantamos ou falamos (vias respiratórias, boca, “cordas” vocais, laringe, pulmões, coração e diafragma).
A respiração é o principal mecanismo biológico na produção da voz. Os pulmões produzem o ar, indispensável ä produção do som vocal. As suas fases para o fenômeno da respiração são as seguintes:
1) Inspiração - Entrada do ar para os pulmões, através das fossas nasais (o nariz)
2) Expiração - Saída do ar dos pulmõesa. À medida que o ar vai saindo dos pulmões, as pregas vocais (dobras membranosas que se acham na laringe) contraem-se ou afrouxam-se emitindo sons, subordinados esses a um comando cerebral. A boca e as fossas nasais agem como caixas de ressonância.

2) RESPIRAÇÃO:
O primeiro cuidado que se deve tomar para que a voz adquira a qualidade desejada é respirar corretamente. Existe, normalmente, a falta de sincronia fono-respiratória, o que prejudica sensivelmente a fabricação da voz mais adequada. Algumas pessoas falam quando ainda estão inspirando ou continuam a falar quando o ar praticamente já
terminou. Assim, não há aproveitamento do ar.
2.1) A RESPIRAÇÃO DIAFRAGMÁTICA:
O processo de respiração diafragmática ocorre da seguinte forma: a cavidade abdominal e a cavidade toráxica são separadas pelo diafragma – músculo transversal que está situado no corpo em forma de cúpula. Quando inspiramos, o diafragma abaixa-se e a cavidade toráxica aumenta. Com este movimento, os pulmões reagem como dois foles, dilatando-se, o que provoca uma instantânea rarefação do ar, mas até o fim da inspiração, os pulmões estão novamente repletos. Na expiração, o diafragma eleva-se e os pulmões contraem-se, expelindo o ar.
3) ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO FONADOR:
3.1) Sistema fonador:
- Boca
- Língua
- Faringe
- Laringe
- Traquéia
3.2) Sistemas interdependentes:
- Respiratório (passagem do ar)
- Pulmonar (emissão do ar)
- Buco-maxilo-facial (articulação)
- Sistema nervoso central e periférico

3.3) Diafragma:
É um grande músculo transversal que tem a forma de abóbada e que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. É constituído de fibras musculares que se fixam na base da caixa torácica. Os pulmões e o coração apoiam-se sobre a sua face superior; sob a face inferior estão o fígado, estômago, rins e intestinos. No momento da inspiração, o diafragma contrai-se e sua abóbada perde a curvatura, voltando à sua posição inicial na expiração.









4) DICÇÃO:
A dicção é a pronúncia dos sons das palavras. A deficiência na dicção é quase sempre provocada por negligência. É costume quase generalizado omitir os R e os S no final das palavras. Um exercício útil para melhorar a dicção é fazer leitura em voz alta.
 Para falar melhor:

1 - Ênfase - É a energia da fala, a vitalidade das palavras faladas. A colocação correta da sílaba tônica é o primeiro passo na ênfase, porque a força e a vida das palavras estão na sua tônica. Assim como a palavra tem a sua sílaba tônica, em uma frase existem palavras que exigem maior ênfase ao serem enunciadas.
2 - Entonação - É a música da linguagem. Cada palavra tem a sua entonação certa, sugerida pelo seu significado. A variedade melódica da entonação tem por finalidade facilitar a compreensão.
3 - Pronúncia - É a articulação que dá claridade e nitidez ä palavra. A boa articulação faz ressaltar todas as qualidades da voz. Elementos fundamentais: vogais + consoantes + sílabas.
Obs. 1 - Uma pronúncia defeituosa advém de razões físicas e psicológicas. A voz determina a própria personalidade de quem fala. Se estamos alegres, tristes, apressados, seguros, etc.
A primeira identificação desse comportamento é transmitida pela voz.
Obs. 2 Para uma boa dicção é preciso aprender a técnica do ato respiratório: inspiração - pausa - expiração.
5) VELOCIDADE:
Outra dúvida que surge é quanto a velocidade correta a ser empregada na fala: rápida, muito rápida, lenta, muito lenta. Cada orador e cada assunto terão sua velocidade própria, dependerão da capacidade de respiração, da emoção, da clareza da pronúncia e da mensagem transmitida. Alguém dizendo: passou rápido como a luz, é evidente que a velocidade será maior que a normal.
6) EXPRESSIVIDADE DA FALA
Além desses aspectos, é bom atentar para a expressividade dedicada às palavras dentro da frase. Cada palavra possui uma ou mais sílabas importantes, assim como cada frase possui uma ou mais palavras mais importantes dentro da pronúncia mais ou menos acentuada dessas sílabas ou palavras, a mensagem poderá ser outra, Assim, podemos dizer: sábia, sabia e sabiá.
7) ALTURA E INTENSIDADE:
É preciso também exercitar e variar a intensidade da voz.: forte ou faca. A voz precisa encontrar a altura adequada – aguda ou grave – para não irritar os ouvintes. A voz é o veículo fundamental no transporte da mensagem e que, portanto, requer cuidado para não prejudicar a comunicação.

Técnicas de leitura oral
MANCHETES

1) ESCALADA DO MEDO. TROPAS AMERICANAS ABREM FOGO CONTRA CIVIS NO IRAQUE.
2) E NA NOSSA GUERRA DIÁRIA... A QUEM RECORRER QUANDO A DROGA TORNA-SE A PRINCIPAL PARCEIRA DOS FILHOS.
3) POPÓ ATINGE O PESO IDEAL PARA TENTAR UNIFICAR OS TÍTULOS EM CHICAGO.
4) O ASSASSINATO QUE CHOCOU OS AMERICANOS COMEÇA A SER ESCLARECIDO COM A PRISÃO DO MARIDO DA VÍTIMA.

5) CARGA PESADA. TRABALHADORES SOFREM DO ESTRESSE PÓS FERIADO. SERÁ QUE É POSSÍVEL ENTRAR NA ROTINA SEM SOFRIMENTO?

6) ELE, DE NOVO. O TOMATE É MAIS UMA VEZ RESPONSÁVEL PELA ALTA DA INFLAÇÃO - E A QUEDA DOS JUROS É IMPROVÁVEL.

7) SAFRA DE OURO. A RIQUEZA DA SOJA TRANSFORMA PRODUTORES NOS NOVOS MILIONÁRIOS DO CAMPO. VEJA AGORA NO JORNAL DA GLOBO.

8) FISCAIS DO RIO DE JANEIRO ACUSADOS DE CORRUPÇÃO VÃO PASSAR A NOITE NA CADEIA.
9) MOMENTOS DRAMÁTICOS NUMA PENITENCIÁRIA DE MINAS. PRESOS REBELADOS AMEAÇAM MATAR REFÉNS.
10) O PREÇO DO PESO: QUARENTA POR CENTO DOS BRASILEIROS ESTÃO ACIMA DO PESO E JÁ CUSTAM MAIS DE UM BILHÃO DE REAIS AOS COFRES PÚBLICOS
11) TUBARÕES ATACAM NO RECIFE E ATLETA TEM PARTE DA PERNA DILACERADA.

12) PROCURA-SE UM PATRÃO. CIDADE DE DESEMPREGADOS SE OFERECE COMO MÃO-DE-OBRA EM CLASSIFICADOS E NA INTERNET.

13) UM ROSTO NOVO EM FOLHA. COMO SERIA A FACE DE SADDAM HUSSEIN, CASO ELE SE SUBMETESSE A UMA CIRURGIA PLÁSTICA? DAQUI A POUCO, NO JORNAL DA GLOBO.

14) DOR NO BOLSO. PLANO DE SAÚDE SOBE QUASE 9,5% A PARTIR DE MAIO.

15) TRISTE HISTÓRIA. CORPOS DE MULHER E BEBÊ ENCONTRADOS NUMA PRAIA PODEM DESVENDAR O MISTÉRIO QUE COMOVEU OS ESTADOS UNIDOS
(MANCHETES DE “O JORNAL DA GLOBO”)


TÉCNICAS DE LEITURA ORAL

FRASES PARA INTERPRETAÇÃO

O que era aquilo, meu Deus? Quero ver! Deixa de ser chato! Ah, é assim? Não interessa! Vem cá! Ah, bom! Eu me saí bem, não? Ei! Que negócio é este? Puxa, que transformação! Está quase perfeito... Você é tão inteligente! A senhora me dá licença? Então, aceita? É mesmo? Mas isto é maravilhoso! Ele fala francês? Não vejo necessidade... Que é que você acha? Não importa que lhe faça algumas perguntas? Não pode ser outra coisa! Fica bem assim? Se eu tivesse o dinheiro... Como agir, então? Pra criar problemas? Isso ele disse... E a verdade? Mas por que iria ele fazer tal coisa? Meu amigo, do que se trata? Fez boa viagem? Jóias? Para que eu quero jóias? Seguí-los para onde? Isso é pura idiotice! O que você faria em meu lugar? Saia, já disse! Tem alguém em casa? Então!... Você nunca se importou comigo! Espere...quem é você? Que lugar tenebroso! Você está bem mesmo? Outra vez? Oh, meu Deus! O quê? Puxa, desculpe! Afinal, que espécie de pai é o senhor? Entre! Você está bêbado? Minha nossa! Oh, não! Que é que ele tem? Coitadinho....Isso não se faz! Que boas notícias! Vamos almoçar? Sabe o que eu disse? Há quanto tempo! Que foi? Acordei você? Não seja infantil! E então? Você vai aceitar? Acho bom! Bobagem! Você?? Como? É um louco! E se eu não conseguir? É a vida! Qual é? Estás a fim de quê? Você não pode falar assim! Quem vem para jantar? Não admito ofensas! Você vai demorar muito? Incrível...! Como dorme... Parece uma eternidade! É grave? Nunca pensei que ele fosse tão grosseiro! Posso dizer uma coisa? Eu te amo...Logo depois...Eles quem? Qual é a idéia? Já escreveu alguma coisa inteligível? Pronto! Vai começar tudo de novo... Será que ela não se cansa de ficar nessa apatia? Quero ver isso! Sim senhor!.... Estou com uma fome!... Posso espiar? Acho que já sei do que se trata! Eu não lhe disse? O que foi que ele disse? Eu não ouvi. Não vou ouvir mais nada, vou é sair! Você vai me ouvir até o fim... Volte já aqui! Vou para fora, fora, fora! Pare com esses gritos! Será que você ficou louco de repente? Fiquei sim. O que é que você tem, seu... idiota? Eu não tenho nada, está ouvindo? Fale mais baixo! Meu Deus, que frio medonho...! Então? Fale de uma vez! Isto por acaso lhe pertence? Sim, é meu. Não diga! Que novidade é essa? É seu por que? Como “por que”? Acho que você não compreendeu bem... Desde quando isso lhe pertence? Como “desde quando”? Desde sempre! Ah! Isso é que não... Pare com isso! E não grite! O que foi que houve? Por que estão gritando? Você é um intrigante! O que? Eu, um intrigante?? Cale-se! In-tri-gan-te! Puxa, que alívio... Quem lhe botou esta idéia na cabeça? Você conhece aquela rua? Heim?... O que? ... Desculpe estava falando comigo? Bem... eu... acho que sim... Deixa eu ver... Ah, conheço sim! Que coisa! Que coisa...O que? É revoltante! É... horrível! O que é que você acha? Eu... não sei... não sei mesmo! Por que você não me contou tudo isso? Eu não entendi nada. Mentira!! Não, não é mentira! Não quero ouvir mais nada, pronto!

Adaptado do curso de Impostação de Voz (Prof.ª Graziella de Salerno)
Técnicas de leitura oral

EXERCÍCIO DE VOZ E DICÇÃO

Variar as inflexões das frases seguintes, de acordo com o sentimento sugerido:

Orgulho Quem manda aqui sou eu!
Humildade Quem sou eu ao seu lado...
Revolta Isto não fica assim!
Cólera Sai da minha frente!
Reflexão Vamos ponderar...
Excitação Vamos depressa!
Calma Tem tempo, já vou...
Aversão Não suporto esse cheiro.
Castigo O senhor está preso!
Perdão Por essa vez, vai em paz.
Alvoroço Incêndio! Fujam rápido!
Tranqüilidade É boato...
Desejo Quero morrer na minha terra...
Renúncia Partirei em paz.
Angústia O médico não chega!!...
Alívio Graças a Deus...
Respeito Receba as minhas homenagens
Desprezo Você não sabe o que diz...
Amor Como te quero, amor!
Ódio Maldito sejas pelo ideal perdido
Alegria Como estou contente!
Tristeza Que coração magoado...
Comando Silêncio!
Pedido Por favor, silêncio...
Admiração Que maravilha!
Horror Que cena deprimente.
Remorso Como lastimo o mal que fiz...
Inconsciência O que está feito, está feito.
Espanto Onde é que você andou??
Indiferença Já esperava por você...
Promessa Terás um bom prêmio.
Ameaça Se não estudar, será reprovado!
Triunfo Meu time venceu!
Derrota Perdemos...
Altruísmo Tudo o que é meu é seu.
Egoísmo Ganhei com o meu suor
Impolidez Espere lá fora!
Polidez Faça o favor de entrar, seja bem vindo.



EXERCÍCIO COM DITONGOS, TRITONGOS E HIATOS


Ler soletrando cada vogal antes de juntá-las em palavras.

/ AI / - A gaita do pai de Adelaide está embaixo da caixa.
/ ÃI / - A faina de debulhar paina dá cãibras.
/ EU / - O apedeuta plebeu leu com fleuma no Ateneu.
/ ÉU / - Leléu fez um escarcéu por causa do chapéu do réu.
/ IU / - Titio viu quem caiu, riu e fugiu.
/ OI / - O doido afoito comeu de noite dezoito biscoitos.
/ OU / - O roubo do tesouro numa trouxa de couro.
/ UI / - Fui colher flores ruivas e azuis nos pauis.
/ ÃE / - Os cães da mãe dos capitães levam-lhe pães.
/ ÃO / - O cristão leva no gibão lição e pão.
/ ÕE / - Põe os botões nos cordões sobre os corações.
/ UI / - As fuinhas são ruins e causam muito prejuízo.
/ EM / - Ninguém vem a Belém sem vintém.
/ UA / - Quatro guardas esquálidos aguardavam a esquadra.
/ UO / - O quorum pagará uma quota quotidiana.
/ UO / - O contínuo do Frutuoso é impetuoso.
/ UA / - Enquanto os guanacás guampeiam os guanas comem guandos.
/ ÜE / - O delinqüente agüentará dois qüinqüênios seqüentes.
/ ÜE / - O seqüestro de uma seqüela de rastaqüeras.
/ IA / - O pária não vê as glórias da pátria.

EXERCÍCIO DE RITMO

CRAVO CAVO CAVO CRAVO
CLAVE CAVE CAVE CLAVE
CLAVE CAVO CRAVO CAVE
CAVE CRAVO CLAVE CAVO

PORTA POTRA POTRA PORTA
PARTO PRATO PRATO PARTO
PARTO PORTA POTRA PRATO
PARTO PRATO PORTA POTRA

PROLE PÓLEN PÓLEN PROLE
PLOTA PORTA PORTA PLOTA
PROLE PLOTA PLOTA PROLE
PROLE PÓLEN PLOTA PORTA

PLEBE POVO POVO PLEBE
PROVA PARA PARA PROVA
PROVA PLEBE PARA POVO
POVO PROVA PARA PLEBE

GROTA GRETA GRETA GROTA
FRESCA FRIA FRIA FRESCA
GROTA FRESCA GRETA FRIA
FRIA GROTA FRESCA GRETA

BRUNA BANDA BANDA BRUNA
SACO SACRO SACRO SACO
BANDA SACRO SACO BRUNA
BRUNA SACO SACRO BANDA

CROSTA CASCA CASCA CROSTA
COBRE CLORO CLORO COBRE
CROSTA CLORO CASCA COBRE
CLORO COBRE CASCA CLARA

LIVRO LITRO LAVRO LAVO
LAVO LITRO LAVRO LIVRO
LITRO LAVRO LAVO LIVRO
LAVRO LAVO LIVRO LITRO

MAGA MAGRA MAGRA MAGA
MARTE MATRE MATRE MARTE
MAGRA MATRE MARTE MAGA
MATRE MAGA MARTE MAGRA


MESCLA MECHA MECHA MESCLA
MECHA MESCLA MESCLA MECHA
MESCLA MECHA FLECHA FRESTA
FRESTA MESCLA FLECHA MESCLA

CRAQUE DRIBLA DRIBLA CRAQUE
COBRA BRILHA CRAQUE DRIBLA
BRILHA DRIBLA CRAQUE COBRA
DRIBLA COBRA BRILHA CRAQUE

BRUXA BLUSA BRUSCA BLOCO
BLUSA BRUXA BLOCO BRUSCA
BRUSCA BLOCO BRUXA BLUSA
BLOCO BRUXA BLUSA BRUXA

GLOMO GROSA GOMO GROTA
GOMO GROTA GLOMO GOMO
GROTA GLOMO GOMO GROSA
GROSA GOMO GLOMO GROTA

EXERCÍCIO EM EIRO


ABACATEIRO- ABELHEIRO- ABRICOTEIRO- AÇAFREIRO- AÇOUGUEIRO- AÇUCAREIRO- ADEGUEIRO- AGOUREIRO- AGUACEIRO- AGUILHOEIRO- ALAMBIQUEIRO- ALCOVITEIRO- ALFANDEGUEIRO- ALFINETEIRO- ALGODOEIRO- ALMISCADEIRO- ALMISCAREIRO- ALTANEIRO- ALVENEIRO- ARGOLEIRO- ARTILHEIRO- ATABAQUEIRO- ATOLEIRO- BADERNEIRO- BAGACEIRO- BAGATELEIRO- BALEEIRO- BALEIRO- BANANEIRO- BANDOLEIRO- BANHEIRO- BANQUEIRO- BARATEIRO- BARBEIRO- BARQUIERO- BATUQUIRO- BEIJOQUEIRO- BERREIRO- BICHEIRO- BILHETEIRO- BIROSQUEIRO- BOMBERDEIRO- BOMBEIRO- BORRACHEIRO- BRASEIRO- BREJEIRO- BRIGADEIRO- CABELEIREIRO- CARNEIRO- CABREIRO- CACAUZEIRO- CACHACEIRO- CADEREIRO- CAFEEIRO- CAIXEIRO- CAJAZEIRO- CAJUEIRO- CALOTEIRO- CALUNGUEIRO- CAMISEIRO- CAMINHEIRO- CANOEIRO- CAPANGUEIRO- CARRETEIRO- CARROCEIRO- CAVALHEIRO- CAVALEIRO- CATINGUEIRO- CATIVEIRO- CARNEIRO- CERVEJEIRO- CHAVEIRO- CHEIRO- CHINELEIRO- CHIQUEIRO- COMPENHEIRO- CONFEITEIRO- CONSELHEIRO- COPEIRO-COQUEIRO- CORDEIRO- CORRIQEIRO- COSTUMEIRO- COSTUREIRO- COVEIRO- COZINHEIRO-CRUZEIRO-DERRADEIRO- DESFILADEIRO- DESPENHEDEIRO- ENFERMEIRO- ENFERMEIRO- ENGENHEIRO- FAROFEIRO – JANEIRO – LIMOEIRO – LANTERNEIRO – PANDEIRO.


FRASES COM /EI/

Loureiro era goleiro do Cruzeiro e frangueiro costumeiro. O mandingueiro macumbeiro rezava cobreiro. O leiteiro era barateiro, mas o padeiro era caloteiro. Pinheiro contava dinheiro com açougueiro mexeriqueiro. O cozinheiro disse ao escudeiro que o costureiro era alcoviteiro. O beijoqueiro esqueceu o chaveiro com o bicheiro. Monteiro era bombeiro, borracheiro e cachaceiro. O carneiro saiu no aguaceiro e caiu no atoleiro perto do despenhadeiro. O joalheiro mineiro ganhou um faqueiro do amigo engenheiro. O marinheiro tomou lombrigueiro e ligeiro correu para o banheiro.

EXERCÍCIO EM (SS)


Altíssimo e audacíssimo generalíssimo
Rebeldíssimo, ferocíssimo, crudelíssimo
Muitíssimo amicíssimo do juveníssimo
Rapacíssimo baixíssimo gaguíssimo.

Cortesíssimo cristianíssimo sagacíssimo
Pertinacíssimo sapientíssimo singularíssimo
Utilíssimo ao nobrísssimo e sobrerbísssimo
Procacísssimo vadiíssimo pugnacíssimo.

Felicíssimo afabilíssimo beneficentíssimo
Benevolentísssimo habilíssimo capacíssimo
Loquacíssimo prodigalíssimo nobilíssimo
Notabilíssimo sensibilíssimo saníssimo.

Simplicíssimo tenacíssimo terribilíssimo
Soberbíssimo vivacíssimo voracíssimo
Sozissímo salacíssimo serísssimo
Singularíssimo propríssimo rusticíssimo

Aeríssimo agilíssimo agradabilíssimo
Agudíssimo amarguíssimo antiquíssimo
Asperíssimo atrocíssimo alegríssimo
Apressadíssimo afoitíssimo aflitíssimo.

Boníssimo brevíssimo comuníssimo
Credibilíssimo descortesíssimo diviníssimo
Dulcíssimo docílimo eficacíssimo
Exemplaríssimo facilíssimo falacíssimo.

Indelebilíssimo fidelíssimo fraquíssimo
Frigidíssimo grandecíssimo humildíssimo
Imensíssimo incredibilíssimo infinitíssimo
I Ibnimicíssimo irregularíssimo magnificentíssimo

TERAPIA ARTICULATÓRIA

1ª bateria

BA CA DA FA GA JA LA MA NA PA QUA RA SA TA VA XA ZA
BE CE DE FE GE JE LE ME NE PE QUE RE SE TE VE XE ZE
BI CI DI FI GI JI LI MI NI PI KI RI SI TI VI XI ZI
BO CO DO FO GO JO LO MO NO PO KO RO SO TO VO XO ZO
BU CU DU FU GU JU LU MU NU PU KU RU SU TU VU XU ZU

2ª bateria

BA CÉ DÊ FI GO JÔ LU MA NÉ PÊ QUI RO SÔ TU VA XÉZÊ
BÉ CÊ DI FO GÔ JU LA MÉ NÊ PI QUO RO SU TA VÉ XÉZÊ
BÊ CI DO FÔ GU JA LÉ MÊ NI PO QUO RU SA TÉ VÊ XIZO
BI CO DÔ FA GÉ JÊ LI MO NO PU QUA RÉ SÊ TI VO XÔ ZU
BÔ CU DA FÉ GÊ JÊ LI MO NÔ PU QUA RÉ SE TI VÔ XÔ ZU
BU CA DÉ FÊ GI JO LÔ MU NA PÉ QUÊ RI SO TO VU XA ZÊ


3ª bateria

AI AU EI ÉU ÊU IO IU ÓI ÔI UI UA ÁE ÃO ÕE UAN UEN
PAI CAI NAU PAU PAI NÉS TONÉIS REI VÉU VÊ SEU MEU
ASSOBIO RIO FUGIU SUMIU HERÓI FOI POIS MOURO
RUI RUIVO ÁGUA GUARDA MÁE CÃO ORGÃO PÔE QUANDO RUIM

4ª bateria

AI BAI CAI DAÍ FAI CAI JAI LAI MAI NAI PAI QUAI RAI SAI TAI VAI XAI SAI
EI BEI CEI DEI FEI QUEI JEI LEI MEI NEI PEI QUEI REI SEI TEI VAI XAI ZEI
OI BOI COI DOI FOI GOI JOI LOI MOI NOI POI QUOI ROI SOI TOI VOI XOI ZOI
UI BUI QUI DUI FUI GUI JUI LUI MUI NUI PUI QUI RUI SUI TUI VUI XUI ZUI

5ª bateria

ÁO BÃO CÁO DÃO FÁO GÃO JÁO LÃO MÁES NÃO PÁO QUÃO RÁO SÃO TÁO VÃO XÁO ZÃO ZÁOS AÕES
AU BAU CAU DAU FAU GAU JAU LAU MAU NAU PAU QUAU RAU SAU TAU VAU XAU ZAU
EU BEU CEU DEU FEU GEU JEU LEU MEU NEU PEU QUEU REU SEU TEU VEU XEU ZEU

OU BOU COU DOU FOI GOI JOI LOU MOU NOU POU QUEU POU SOU TOU VEU XOU ZOU

6ª bateria

AR BAR CAR DAR FAR GAR JAR LAR MAR NAR PAR QUAR RAR SAR TAR VAR XAR ZAR
ER BER CER DER FER GER JER LER MER NER PER QUER RER SER TER VER XER ZER
IR BIR CIR DIR FIR GIR JIR LIR MIR NIR PIR QUIR RIR SIR TIR VIR XIR ZIR
OR BOR COR DOR FOR GOR JOR LOR MOR NOR POR QUOR ROR SOR TOR VOR XOR ZOR
UR BUR CUR DUR FUR GUR JUR LUR MUR NUR PUR QUE RUR SUR TUR VUR XUR ZUR

7ª bateria
AL BAL CAL DAL FAL GAL JAL LAL MAL NAL PAL QUAL RAL SAL TAL VAL XAL ZAL
EL BEL CEL DEL FEL GEL JEL LEL MEL NEL PEL QUEL REL SEL TEL VEL XEL ZEL
IL BIL CIL DIL FIL GIL JIL LIL MIL NIL PIL QUIL RIL SIL TIL VIL XIL ZIL
OL BOL COL DOL FOL GOL JOL LOL MOL NOL POL QUOL ROL SOL TOL VOL XOL ZOL
UL BUL CUL DUL FUL GUL JUL LUL MUL NUL PUL QUL RUL SUL TUL VUL XUL ZUL

8ª bateria

AS BAS CAS DAS FAS GAS JAS LAS MAS NAS PAS QUAS RAS SAS TAS VAS XAS ZAS
ES BES CES DES FES GES JES LES MES NES PES QUES RES SES TES VES XES ZES
IS BIS CIS DIS FIS GIS JIS LIS MIS NIS PIS QUIS RIS SIS TIS VIS XIS ZIS
OS BOS COS DOS FOS GOS JOS LOS MOS NOS POS QUOS ROS SOS TOS VOS XOS ZOS
US BUS CUS DUS FUS GUS JUS LUS MUS NUS PUS QUS RUS SUS TUS VUS XUS ZUS

9ª bateria

AN BAN CAN DAN FAN GAN JAN LAN MAN NAN PAN QUAN RAN SAN TAN VAN XAN ZAN
EN BEN CEN DEN FEN GEN JEN LEN MEN NEN PEN QUEN REN SEN TEN VEN XEN ZEN
IN BIN CIN DIN FIN GIN JIN LIN MIN NIN PIN QUIN RIN SIN TIN VIN XIN ZIN
ON BON CON DON FON GON JON LON MON NON PON QUON RON SON TON VON XON ZON
UN BUN CUN DUN FUN GUN JUN LUN MUN NUN PUN QUN RUN SUN TUN VUN XUN ZUN


Grupo com R e com L.

TA DA LA DLA DLA DNA DNA DRA
TE DE LE DLE DLE DLE DNE DRE
TI DI LI DILI DLI DINE DNI DRI
TO DO LO DLO DLO DNO DNO DRO
TU DU LU DLU DLU DNU DNU DRU

TAN DAN LAN DLAN DLAN DNAN DNAN DRAN
TEN DEN LEN DLEN DLEN DLEN DNEN DREN
TIN DIN LIN DILIN DLIN DINEN DNIN DRIN
TON DON LON DLON DLON DNON DNON DRON
TUN DUN LUN DLUN DLUN DNUN DNUN DRUN

FARA FARA FARA FRA FRA FRA FALA FALA FALA FLA FLA FLA
BARA BARA BARA BRA BRA BRA BALA BALA BALA BLA BLA BLA
CARA CARA CARA CRA CRA CRA CALA CALA CALA CLA CLA CLA
DARA DARA DARA DRA DRA DRA DALA DALA DALA DLA DLA DLA
TARA TARA TARA TRA TRA TRA TALA TALA TALA TLA TLA TLA

BRA CRA DRA FRA GRA PRA TRA VRA
BRE CRE DRE FRE GRE PRE TRE VRE
BRI CRI DRI FRI GRI PRI TRI VRI
BRO CRO DRO FRO GRO PRO TRO VRO
BRU CRU DRU FRU GRU PRU TRU VRU


BLA CLA DLA FLA GLA PLA TLA
BLE CLE DLE FLE GLE PLE TLE
BLI CLI DLI FLI GLI PLI TLI
BLO CLO DLO FLO GLO PLO TLO
BLU CLU DLU FLU GLU PLU TLU


Bateria de grupos consonantais.

ABDA ADBE ABDÊ ABDI ABDO ABDÔ ABDU
ABJA ABJE ABJÊ ABJI ABJO ABJÔ ABJU
ABLA ABLE ABLÊ ABLI ABLO ABLÔ ABLU
ABNA ABNE ABNÊ ABNI ABNO ABNÔ ABNU
ABRA ABRE ABRÊ ABRI ABRO ABRÔ ABRU
ABSA ABSE ABSÊ ABSI ABSO ABSÔ ABSU
ABSTA ABSTE ABSTÊ ABSTI ABSTO ABSTÔ ABSTU
ABSTRA ABSTRE ABSTRÊ ABSTRI ABSTRO ABSTRÔ ABSTRU
ABVA ABVE ABVÊ ABVI ABVO ABVÔ ABVU
ACLA ACLE ACLÊ ACLI ACLO ACLÔ ACLU
ACNA ACNE ACNÊ ACNI ACNO ACNÔ ACNU
ACRA ACRE ACRÊ ACRI ACRO ACRÔ ACRU
ACTA ACTE ACTÊ ACTI ACTO ACTÔ ACTU
ADJA ADJE ADJÊ ADJI ADJO ADJÔ ADJU
ADMA ADME ADMÊ ADMI ADMO ADMÔ ADMU
ADQUA ADQUE ADQUÊ ADQUI ADQUO ADQUÔ ADQU
ADRA ADRE ADRÊ ADRI ADRO ADRÔ ADRU
ADSTRA ADSTRE ADSTRÊ ADSTRI ADSTRO ADSTRÔ ADSTRU
ADVA ADVE ADVÊ ADVI ADVO ADVÔ ADVU
AFRA AFRE AFRÊ AFRI AFRO AFRÔ AFRU
AFTA AFTE AFTÊ AFTI AFTO AFTÔ AFTU
AGLA AGLE AGLÊ AGLI AGLO AGLÔ AGLU
AGMA AGME AGMÊ AGMI AGMO AGMÔ AGMU
AGRA AGRE AGRÊ AGRI AGRO AGRÔ AGRU
ALBA ALBE ALBÊ ALBI ALBO ALBÔ ALBU
ALCA ALCE ALCÊ ALCI ALCO ALCÔ ALCU
ALDA ALDE ALDÊ ALDI ALDO ALDÔ ALDU
ALFA ALFE ALFÊ ALFI ALFO ALFÔ ALFU
ALGA ALGE ALGÊ ALGI ALGO ALGÔ ALGU
ALJA ALJE ALJÊ ALJI ALJO ALJÔ ALJU
ALMA ALME ALMÊ ALMI ALMO ALMÔ ALMU
ALPA ALPE ALPÊ ALPI ALPO ALPÔ ALPU
ALRA ALRE ALRÊ ALRI ALRO ALRÔ ALRU
ALVA ALVE ALVÊ ALVI ALVO ALVÔ ALVU
AMNA AMNE AMNÊ AMNI AMNO AMNÔ AMNU
APLA APLE APLÊ APLI APLO APLÔ APLU
APNA APNE APNÊ APNI APNO APNÔ APNU
ARCA ARCE ARCÊ ARCI ARCO ARCÔ ARCU
ARDA ARDE ARDÊ ARDI ARDO ARDÔ ARDU
ARFA ARFE ARFÊ ARFI ARFO ARFÔ ARFU
ARGA ARGE ARGÊ ARGI ARGO ARGÔ ARGU
ARLA ARLE ARLÊ ARLI ARLO ARLÔ ARLU
ARPA ARPE ARPÊ ARPI ARPO ARPÔ ARPU
ARVA ARVE ARVÊ ARVI ARVO ARVÔ ARVU
ASPA ASPE ASPÊ ASPI ASPO ASPÔ ASPU
ASTA ASTE ASTÊ ASTI ASTO ASTÔ ASTU
ATLA ATLE ATLÊ ATLI ATLO ATLÔ ATLU
ATNA ATNE ATNÊ ATNI ATNO ATNÔ ATNU
ATMA ATME ATMÊ ATMI ATMO ATMÔ ATMU
ATRA ATRE ATRÊ ATRI ATRO ATRÔ ATRU
Articulação com travalíngua:

1) Em cima daquele morro tem uma arara loura. A arara loura fala. Fala, arara loura!
2) O tigre estraga o trigo, tire o tigre do trigal.
3) Um tigre, dois tigres, três tigres me intrigam.
4) A aranha arranha o jarro. O jarro arranha a aranha
5) O pinto pia, a pipa pinga. Quanto mais o pinto pia mais a pipa pinga.
6) O peito do pé de Pedro é preto. É preto o peito do pé de Pedro.

projeto 5

Ritmo e Leitura no Rádio



Falar ou ler notícias no rádio é algo que, necessariamente, deve-se levar em consideração a Linguagem Radiofônica. As características dessa linguagem podem interferir diretamente na efetivação da comunicação. Portanto, antes de qualquer coisa, é preciso que radialistas, jornalistas e locutores – de um modo geral – tenham domínio sobre a Linguagem Radiofônica.

Dizemos, de uma maneira didática, que a linguagem radiofônica é composta de voz, música, efeitos sonoros e silêncio. Esses componentes atuam isoladamente ou combinados, de acordo com a necessidade. A voz trabalha no campo da consciência e os demais elementos, no inconsciente do ouvinte. O rádio não necessita de atenção exclusiva como a TV e o jornal impresso. O ouvinte pode estar trabalhando, estudando, dirigindo um carro, comendo, caminhado, etc., e mesmo assim poderá estar em contato com ele. O rádio “fala” e, para receber a mensagem, é somente necessário ouvir.

Entretanto, em função dessa mobilidade, não podemos esquecer que o ouvinte de rádio precisa ter sua atenção despertada a todo momento, uma vez que ninguém tem a capacidade de se manter inteiramente voltado para as informações que lhes estão sendo transmitidas.

Essa exigência de atenção constante é uma das mais sérias desvantagens da radiodifusão, principalmente levado-se em conta que as informações veiculadas no rádio podem ser as coisas mais perecíveis do mundo se não tomarmos os cuidados necessários. Uma notícia má irradiada e não bem compreendida não permite a quem escuta ouvi-la novamente. É a chamada fugacidade do rádio.









Em se tratando de fugacidade dois aspectos relevantes devem ser citados:


A inerência da mensagem radiofônica: No rádio há o consumo da mensagem no momento da transmissão. Não há volta a um ponto mal-compeendido.



A obsolescência da informação: A noticia no ar torna-se obsoleta,
simultaneamente à sua transmissão.


O profissional de rádio deve ter em mente que os textos para esse veiculo devem ser produzidos para os ouvidos e não para os olhos. Numa emissão informativa todas as mensagens devem estar condicionadas a um ritmo. O locutor dá a harmonia, usando freqüentemente “separadores musicais” (em geral BG) ou ruídos com efeitos equivalentes aos parágrafos. Todo esse mosaico permite uma variedade que corta a monotonia da linguagem e, simultaneamente, retém a atenção do ouvinte.
Uma dica: ao colocar uma informação no ar, tente causar a sensação de que você está “falando a noticia” e não “lendo a notícia”. Ler a notícia antes de coloca-la no ar gera essa sensação. Discreta inflexão vocal também é interessante no noticiário. Cuidado com exageros, pois você pode comprometer toda a credibilidade da noticia.

projeto 4

1.0 - Breve História da Publicidade no Mundo

Há 2.000 anos.
Marcial (Roma) - faz referência a anúncio de livros.

1597 - Papa Clemente VII - congregação da propaganda para propagar a fé católica.

OBS:
PROPAGANDA - do latim Propagare = plantar enterrando no solo - significa propagação de princípios e teorias; termo utilizado quando se refere a propaganda política, religião, institucional.
PUBLICIDADE - do latim Publicus = o que é público - ato de tornar público um fato, uma idéia; termo utilizado quando se refere a publicidade comercial.

1789 - Revolução Francesa -Prefeito de Paris concede medalha para pregoeiros de jornais. “A publicidade é a salvaguarda do povo”.

1780-1860 - Início da Revolução Industrial

OBS: A publicidade permitiu a criação de mercado de consumos estáveis, pré-requisito para a produção em série de bens de consumo que é o grande feito da Revolução Industrial. A produção em série permitiu a redução do custo unitário destes bens, que puderam assim ser adquiridos pela massa populacional.

Meados dos anos 20: Invenção da televisão.
Final dos anos 40: Transmissão em grande escala.
Anos 60 – 70: Cultura pop e Bill Bernbach
Anos 90: Predomínio da imagem - a imagem irá superar a palavra.









Breve História da Publicidade no Brasil

A partir de 1808 - Advento do jornalismo no Brasil -1°s anúncios na Gazeta do Rio de Janeiro.
1875 - 1ºs anúncios com desenhos e litogravuras.

Final do século XIX
• Reclames para comércio e captura de escravos
• 1°s classificados - página inteira
• 1°s painéis ao ar livre - tapumes de construção (precursores dos outdoors)

1891 - 1ª Agência Brasileira
Empresa de Publicidade e Comércio - faziam a corretagem dos anúncios. A criação ficava a cargo dos jornais.

Década de 20 - Agências estrangeiras - J. Walter Thompson

Década de 30 - Criação da ABP (Assoc. Brasil. de Propaganda)

1°s Redatores - Casimiro de Abreu, Olavo Bilac, Monteiro Lobato.

Década de 40 - Cartazes em bondes, cafés, teatros e estações.

1949 - Fundação da ABAP (Associação Brasileira de Agências de Propaganda).

1952 - 1ª. Escola de Propaganda – MAM

1970 - Passou a Esc. Superior de Propaganda e Marketing

Anos 80 - Criativos assumem agências

Anos 90 - A década do planejamento?

Resumo
Dentro de um contexto histórico, a linguagem publicitária caracteriza-se por refletir a sua época e a sociedade em que ela está inserida.
A grande virada da publicidade aconteceu quando ela deixou de ser informativa e passou a ser persuasiva. Para isso, passou a usar elementos da psicologia e da lingüística.


2.0 - Criação / criatividade e idéia
2.1 - Criatividade
Quando conversamos com publicitários, é sempre unânime a explicação de que a criação acontece a partir de uma intuição. Todos dizem que o Insite acontece, ele não pode ser explicado. Diante disto, podemos dizer que a criação é gerada em um processo inconsciente. Daí a nossa intenção ser exatamente a de trazer estas questões inconscientes para um nível mais real.
KANT (1991; 71) afirma que:
...pela sensibilidade nos são dados objetos e apenas ela nos fornece intuições; pelo entendimento ao invés, os objetos são pensados e eles se originam conceitos. Todo pensamento, contudo, quer diretamente, quer por rodeios, através de certas características, finalmente tem de referir-se a intuições, por conseguinte em nós a sensibilidade, pois de outro modo nenhum pode ser nos dado.

Se uma intuição é algo inato no ser humano, e é a sensibilidade individual que faz despertar para mais ou para menos esta intuição, fica um começo de conversa para verificar como esta sensibilidade pode ser desenvolvida mais conscientemente.

Criação
É comum ouvirmos que o pessoal de criação é, na sua essência, um artista. Entretanto, artista difere do criador de propaganda em alguns aspectos. O artista vive de uma informação difusa, que muitas vezes não exige um processamento racionalizado ou qualquer outra sistematização. Desenvolve um estilo original, individual sem ter preocupação de alcançar objetivos externos, isto é, fora de sua individualidade, do seu “eu” interior. O criador de propaganda trabalha sobre informações definidas, organizadas segmentadas, processadas sob à luz de um raciocínio e sua produção traz um compromisso absoluto de coerência com este material, o qual precisa atender as expectativas coletivas.

Idéia
Uma idéia é uma combinação nova de velhos elementos.
Exs: Gutemberg juntou o carimbo com a prensa de uva e inventou a imprensa. Alguém juntou o teatro com a música e inventou a ópera.
Hutchins juntou o relógio com o alarme e inventou o despertador.
É aquilo que você vê e diz: "Por que eu não pensei nisto antes?”.
Você já conhecia os elementos. Só não tinha juntado as peças.

PENSAR (do latim COGITO = agitar junto)




Invenção
Em qualquer área, acontece pela combinação de idéias.
Pessoas comuns têm idéias criativas diariamente - Porque elas têm acesso a informação!!!!!!!!!!!!

2.2 - Processo criativo na propaganda
Capacidade de dar existência a algo novo, único e original, como solução para um problema ou uma necessidade pessoal.
• PELA INVENÇÃO - associação de elementos
• PELA DESCOBERTA

* KOESTLER: "O ato criativo revela, seleciona, embaralha novamente, combina, sintetiza fatos, faculdades, aptidões já existentes".

ASSOCIAÇAO
1. Por contigüidade - proximidade de elementos.
2. Por semelhança - tartaruga = lentidão.
3. Por sucessão - cadeia de idéias: nuvem = chuva = chão molhado
4. Por contraste - frio: calor, dia: noite.

ESTIMULAÇÃO
1. Brainstorms - grupos para gerar idéias.
2. Centros criativos - Nasa, Olodum.
3. Ambientes culturais - gera fluxo de informações.
4. Trabalho
5. Desprezo por soluções já existentes - inconformismo.
6. Oportunismo - anote as idéias que surgem de repente.

A MENTE CRIATIVA
1. Não segue parâmetros lineares de raciocínio
2. Usa a intuição
3. Descobre relações inesperadas
4. Quebra os paradigmas - regras e modelos estabelecidos.
A PESSOA CRIATIVA
1. Não aprende a criatividade. aprende a desenvolver a que tem.
2. É um não-especialista. Especialista atua em atividades com soluções pré-definidas.
3. Sabe que as idéias existem.


PERSONALIDADE CRIATIVA
1. Independência - autoconfiança, ousadia e iniciativa.
2. Curiosidade - inquietude, questionamento.
3. Flexibilidade - rever valores.
4. Sensibilidade.
5. Leveza - não levar a vida muito a sério.
6. Interesse variado - ler tudo, ir ao cinema, jogar futebol etc.
7. Estética diferenciada - no gosto pessoal.
8. Percepção e valorização do intuitivo

COMPORTAMENTO CRIATIVO
1. Ligar-se. Estar antenado 24 horas.
2. Soltar-se. Não seguir padrões para solucionar problemas.

DIVERTIR-SE AJUDA ACONDICIONAR A MENTE PARA IDÉIAS
1. Humor - cria situações inusitadas a partir de fatos banais.
2. Fazer com prazer é fazer melhor. A diversão ajuda a liberar idéias.

SEJA COMO UMA CRIANÇA
1. A criança ainda não desenvolveu as barreiras e bloqueios do adulto = educação tradicional.
2. Pensa coisas absurdas. Ex: por que os carros não têm tampa de gasolina dos dois lados? Por que os supermercados não fazem fila única?
3. O adulto tende a repetir o que ele já fez ou o que outro já fez da última vez.
4. Para a criança sempre é a primeira vez.
5. Como toda criança. Pergunte muito.
6. Solte-se, quebre as regras quando tiver um problema para resolver.
7. Picasso: "Os computadores são inúteis. Eles só sabem as respostas”.

CONSIGA MAIS INFORMAÇÕES
1. Idéia = combinação velhos elementos.
2. + elementos = + idéias.
3. Acumule conhecimentos gerais.
4. Leitura - Machado de Assis à revista caras.
5. Saia da rotina. A rotina repete as mesmas informações para você. Sair é receber novas informações.
6. Aprenda a diferença entre olhar e a ver.


IDÉIAS EXISTEM
1. Se acha que para um problema só existe uma resposta, pode ser difícil encontrá-la.
2. Se sabe que existem muitas respostas, encontrar uma ou duas é fácil.
3. Você só tem que escolher a mais adequada.
4. As idéias estão "no ar".
5. Procure em todos os lugares - tomando banho, fazendo as unhas etc. etc.

CORAGEM
1. Não deixe suas idéias morrerem por vergonha, timidez, críticas negativas, piadinhas.
2. Aprenda a ver suas idéias recusadas. e crie outras.

INIBIDORES DA CRIATIVIDADE
1. Conformismo
2. Autoritarismo
3. Medo do ridículo
4. Intolerância
5. Valorização da continuidade
6. Medo dos riscos
7. Hostilização às divergências
8. Não-avaliação das idéias
9. Sistemas normativos fechados

PENSE
1. Pense visualmente
2. Pense lateralmente
3. Não coloque limitações que não existem
4. Aprenda a trabalhar com limites concretos.
Ex: tempo e orçamento do trabalho.

O processo de criação publicitária é composto de duas forças:

1. CRIATIVIDADE
2. ADEQUAÇÃO

1. Todos os envolvidos na criação devem julgar e avaliar as idéias à luz da adequação.
2. Renunciar a idéias brilhantes que não resolvem o problema.
3. Aprender a criar idéias acabadas, com o problema de adequação resolvido.


EXERCÍCIO DE ADEQUAÇÃO
• Leia o texto entregue pelo professor e responda a seguinte pergunta:
O QUE VOCE FARA E FALARA QUANDO O CLIENTE DISSER: "EU QUERO UM ANÚNCIO CARETA! EU QUERO VENDER!" ?
.A resposta deverá conter pelo menos um argumento.
.Coloque nome, data e turma no trabalho.
.Use letra de fôrma ou legível.
EXERCÍCIO 2:
1 - Ligue os 9 pontos com 4 retas, sem tirar o lápis do papel.

* * *
* * *
* * *

3.0 - A linguagem publicitária no rádio

Som, música, ruídos, palavras e... Silêncio. É disso que se compõe o suporte de linguagem do Rádio. Aliado a isso, o Rádio tem algumas características que lhe permitiram ganhar espaço e manter-se a frente dos veículos impressos. Mais que isso, essas características lhe permitiram, ainda, sobreviver à concorrência deflagrada com o surgimento da televisão, a princípio, considerada como a causa mortis do meio Rádio.
O rádio utiliza-se apenas do suporte sonoro para transmitir mensagens. Sua linguagem se baseia em códigos próprios. Do lado do emissor, ruídos, palavras que possam decodificadas pelo ouvinte e silêncio. Do outro, o receptor precisa ouvir e usar sua imaginação para compreender a mensagem. "Na verdade o uso de sons através do rádio segue a mesma codificação adotada no cotidiano, quando conversamos pessoalmente ou através do telefone". (Pereira, 1982: 16)

3.1 - Recursos lingüísticos mais freqüentes:
1. FONÉTICOS
a) Sons característicos: sibilância.
Ex: A 1ª faz tcham, a 2ª faz tchum e... tcham, tcham, tcham, tchaaammm.
b) Evocação de ruídos: onomatopéia.
ex: eles blá, blá. blá e nós glub, glub, glub. (outdoor veiculado em são paulo em época de enchente).
c) Motivação sonora: aliteração, assonância.
Ex: Lula-Lá.



2. LÉXICO-SEMÂNTICOS
a) Criação de novos termos
Ex: bebemore com Antártica. Tom bom é tom bom.
b) Mudanças de significado
Ex: cegonha - significando lançamento de produto.
c) Clichês
Ex: mulher sexy para vender lingerie, negócio da china etc.
d) Frases feitas
Ex: solo ano inteiro,
e) Provérbios
Ex: uma andorinha só não faz verão.
f) Sentidos conotativo (figurado) e denotativo (real)
Ex: A Ericsson fez um telefone com tudo em cima. (significando que as teclas estão em cima do telefone).

3. MORFOSSINTÁTICOS

a) GRAFIAS INUSITADAS
Ex: É mais que amor. É amoraço. Todos os caminhos conduzem a Visa. Não dá pra não ler.
b) RELAÇQES NOVAS ENTRE ELEMENTOS
Ex: Só não equipamos o preço (propaganda do Gol). Chocolate no Quilate (propaganda do Chocolate Godiva)
Além de outros recursos como: inversões, elisões, repetições, rima, paralelismo etc.
Os aspectos lingüísticos diferenciam o texto da imagem. A imagem é livre, exótica ou poética. Ao texto cabe o apelo, o argumento.













4.0 - A publicidade no rádio

4.1 - Introdução
Na mídia eletrônica encontramos o rádio como o primeiro e grande meio de comunicação de massa.
Vem de 1920 a primeira licença para a instalação de rádio do Brasil. Mas, segundo Ricardo Ramos - no livro “Do reclame à comunicação" - , a primeira estação regular foi a Rádio Educadora que surgiu em 1927 no Rio.
Daquele início até nossos dias, o rádio passou de estrela a primo pobre. No entanto, o rádio fascina e envolve o ouvinte em maior grau do que a TV.
No rádio a imaginação de cada um é o limite. Criar para o rádio é viver a situação e colocá-la no papel frio e branco. São palavras que irão adquirir vida nas vozes e efeitos de grandes profissionais das produtoras de fonogramas. Torna-se possível então ouvir e imaginar aquilo que verteu da imaginação do criador, que é você. O rádio é a mais criativa das mídias porque não oferece nenhuma idéia acabada. A criação se completa na cabeça, no coração do ouvinte. O ouvinte participa da criação e por isso é mais fácil estimular alguém pelo o rádio do que por qualquer outra mídia.

4.2 - Vantagens e limitações
1. MAIS - diversão e entretenimento
MENOS - informação e cultura
2. Veículo de apelo popular, que pode atingir rapidamente grandes massas.
CAPITAIS E INTERIOR

3. VEÍCULO DE AÇÃO LOCAL.
VANTAGENS
1°- Fonte de entretenimento
-é um meio de entretenimento e diversão que o ouvinte tem à sua disposição a qualquer hora.
2°- Impacto - pelo uso da música e da sonoplastia reforça o efeito da palavra, dando maior impacto aos textos publicitários.
3°- Não absorve a atenção total - o ouvinte pode, ao mesmo tempo, executar outras tarefas.
4°- Maleabilidade - permite cancelar, trocar ou inserir a mensagem publicitária em poucas horas.
LIMIT AÇÕES
1°- Age exclusivamente pelo ouvido.
2°- É inadequado para a apresentação de temas complexos ou coisas técnicas que demandam explicações mais ou menos longas.
3°- A mensagem radiofônica vive apenas no momento em que está no ar. Ao contrário da imprensa não pode ser lida.
4°- É um veículo local.

TIPOS DE MENSAGENS PUBLICITÁRIAS PARA O RÁDIO
1°- Textos comerciais.
2°- Jingles e spots.
3°- Patrocínio de programas.
4°- Patrocínio de novelas.

4.3 - O papel do rádio nas estratégias de propaganda: a questão da mídia.
Grande ferramenta de venda, o rádio cresce a cada dia em tecnologia, popularidade, audiência, credibilidade e eficácia e continua mais vivo e mais forte do que nunca. Como veículo publicitário, nenhuma outra mídia oferece tanta segmentação agilidade e fidelidade do seu público.
Insubstituível há mais de cem anos, o rádio está em toda parte. Em cada dez famílias com automóveis, seis têm rádio no carro. Noventa e cinco por cento das residências têm pelo menos um rádio e quarenta por cento, um rádio-relógio. Ou seja, quase metade da população dorme, acorda e se locomove ouvindo rádio.
Nove em cada dez pessoas ouvem rádio. O rádio atinge mais que o dobro de consumidores que as revistas atingem em quinze dias e compete acirradamente com a televisão. No período da 06:00 às 18:00 horas, as pesquisas mostram que o rádio supera todos os outros meios de comunicação. Concluindo, o rádio é ouvido por nove entre dez consumidores das principais características de produtos.
Como em propaganda o que convence é a frequência, ou seja o número de vezes que a oferta é repetida, quanto mais tempo o consumidor ficar ligado numa mídia, mais chances ele terá de ouvir a uma mensagem publicitária várias vezes.
(Fonte: Ibope e Escritório do Rádio)

Re-emergência do Rádio: Por quê?
- Alcance;
- Freqüência;
- Meta;
- Proximidade às compras.

O Rádio Alcança todos os Lugares:
- Residências: 38%
- Carro: 40%
- Trabalho/outros: 22%Carro: 40%





A Necessidade de Freqüência:
- Falta de conscientização;
- Conscientização;
- Compreensão;
- Convicção;
- Ação.

Oportunidades:
- Transmissões especiais comerciais;
- Transmissão digital;
- Horários: Madrugadas, finais de semana.

Ameaças:
- Baixa renovação de audiência;
- Semelhança de programação;
- Interesses econômicos diversos.

4.4 - Dicas de criação para rádio
1°- Spot de rádio tem características bem marcantes. Escreva o texto para spot, lendo-o em voz alta e imaginando a sonoplastia. Não deixe que ela interfira demais abafando o que deve ser dito.
2°- Linguagem coloquial, em rádio, sempre funciona bem.
3°- Dá certo criar atmosfera. O spot que desperta a imaginação do ouvinte faz sucesso.
4°- O jingle sacrifica um pouco a frase verbal, dando força à frase musical. Perde-se alguma coisa da mensagem, mas ela pode ganhar em interesse, fixação, simpatia. O recado publicitário então se dá por envolvimento.
5°- Faça o teste: ouça o jingle duas ou três vezes antes da gravação definitiva. Depois saia, se distraia. Se de repente o ritmo voltar, se for capaz de repetir algum trecho, conseguiu: o jingle tem qualidade, vai pegar.
6°- Para calcular o tempo siga estas regras:
• 48 toques corridos correspondem a 3 segundos.
• Máximo de 8 linhas para texto corrido.
• Máximo de 7 linhas para texto interpretado.

Exemplo de texto publicitário
Título: O que você vai contar para seus netos? O que você deixou de fazer?
Texto:
Não há nada de mal em ficar velho um dia. Cabelos brancos têm lá seu charme. Ou podem ser tingidos. Mas não se pode tingir uma vida em branco.
Saia um pouco de casa. O lar, doce lar -como tudo o que e doce -enjoa. Vá mais longe que o de costume. Explore novos caminhos, suba montanhas, descubra cachoeiras, ouça o silêncio. Existem lugares incríveis onde simplesmente respirar fundo já é uma experiência que vale a pena.
Só não tente ser aventureiro com qualquer sapato. A maioria deles não nasceu para isso. Use Country Side Samello.
Macio resistente cano alto ou baixo e solado em borracha natural. Feito sob medida para agüentar as aventuras de um futuro ídolo dos netinhos.
E com um design tão bonito que nada impede que você se torne um ídolo desde já.
Calce um Country Side e saia sem rumo certo. Ou com rumo certo, desde que
pelo pior caminho. Prestando atenção nos pássaros, no céu, nas árvores, nas
montanhas. E, sempre é bom, nos buracos.
Logo: Samello
(Luis Toledo e Eugênio Mohalem)

4.5 - Elementos de dramatização radiofônica.
• Efeitos de sonoplastia -criam imagens, auxiliados pela imaginação do ouvinte. Ao contrário
de uma foto numa página impressa, o som está acontecendo naquele momento. Este é o segredo dramático do som. Alguns sons se identificam facilmente, outros não. Mas, com a complementação certa das palavras, qualquer som passa a ser tremendamente real.
Efeitos sonoros são utilizados em diálogos e também como acompanhamento de narração. No rádio, muitas estórias infantis têm sido narradas com auxílio deste fator dramático. Com as expectativas despertadas pelas palavras, um simples efeito sonoro pode funcionar como vinheta dramática.
• Música - é usada de várias maneiras. Sozinha entretém e distrai. Complementando, desperta e aproveita as profundas emoções do subconsciente. Na comunicação radiofônica, a música é usada junto a narração com maior freqüência do que nos diálogos. Ela acrescenta à narração uma nova dimensão dramática. A calibragem promocional de palavras e música esta exemplificada no jingle.
• Diálogo -ele envolve a audiência em calor humano. Melhor do que a narração, ele encoraja a identificação e desperta a emoção. Mas, drama totalmente dialogado, típico do teatro e do cinema, não serve para o rádio. Há a necessidade de complementações narrativas, enfatizando personagens e locais, identificando características.
Como toda forma de comunicação publicitária, as peças radiofônicas são criadas para atingir determinados objetivos comerciais. Ou seja, motivar e conquistar o consumidor-alvo. Bom, vamos a algumas definições:
- SPOT - texto publicitário para transmissão radiofônica. Dura 15, 30, 45 segundos. Ou acima de 1 minuto. Gravada em fita magnética, pode ter fundo musical ou efeitos sonoros, mas a força da mensagem está na palavra falada.
- JINGLE - mensagem publicitária em forma de música, geralmente simples e cativante, fácil de cantarolar e recordar. Criada e composta para a propaganda de uma determinada marca, produto, serviço, etc. Tem as mesmas durações do spot.
- TEXTO-FOGUETE - semelhante ao spot, tem curta duração - de 5 a 7 segundos - surge por meio de transmissões esportivas. Ex.: ...e passa longe da meta do goleiro alvinegro. 51 - uma boa idéia leva a outra. Caninha 51. -2 a O para São Paulo aqui no Morumbi.
- TRILHA MUSICAL - pode ser usada de fundo no spot. Mas seu forte está no uso do fundo de filmes publicitários, onde além de ter grande importância, auxilia a marcação das ações que ocorrem no vídeo.
Chega de definições e vamos ao que interessa. Como Criar para rádio? Lembra como um anúncio impresso é criado. Pois é. Para o rádio as características são as mesmas.
Mas atenção! A parte fonética é de extrema importância. Você tem que dar a fluência verbal. Ou seja, uma conversa real, com suas palavras e entonações. Aliás, as entonações são a vida que você dá a um texto radiofônico. O ritmo da fala, portanto, é essencial no texto. A palavra tem sons agradáveis, ou não. Leia em voz alta e fique atento para os cacófatos.
Ex: Em busca dela... Enquanto Adão colhia o café, Eva coava.
Cuidado também com as armadilhas da aliteração.
Ex: Tente falar "papa pra au-au". É ruim pra cachorro de falar e ouvir.

Falar, ouvir e compreender.
O spot deve empregar uma linguagem simples: tanto a nível de vocabulário como de sintaxe. Tudo porque no rádio o ouvinte ao contrário do leitor, não pode voltar atrás para tentar elucidar o sentido de uma palavra ou frase. Ele vai ouvindo e entendendo à medida em que o enunciado vi sendo dito. Exige sempre um esforço de compreensão do significado mais recente com o conjunto que já foi dito. Daí a necessidade de um desenvolvimento linear sem que isso represente a falta de originalidade ou criatividade.

O texto publicitário radiofônico desempenha 3 funções básicas:
1 - aumenta o número de ouvintes que prestam atenção, despertando o interesse dos distraídos.
2 - mantém esse estado de atenção nos que já estavam interessados.
3 - procura fixar o mais possível à memorização da mensagem, através de sua fácil compreensão, grande identificação de interesses e originalidade na exposição.
O spot pode ter ao fundo (em BG - que significa background) um acompanhamento musical que determina clima do enunciado, propiciando um ambiente favorável à assimilação da mensagem. Além de prestar a ela o ritmo e as nuanças de interpretação da locução.
Serve também para ajudar a distinguir um spot do outro ou da programação de rádio. Por isso, esta música precisa ter vida própria e ser completa na exata duração do tempo do spot.
Ao final, pode às vezes, transformar-se numa assinatura cantada, formando uma vinheta de grande identificação de marca.
É preciso cuidar, entretanto, para que o arranjo desta música tenha o ritmo adequado ao clima do spot e que sua instrumentação não tenha pontos de interferência no enunciado da locução.
Você certamente não é compositor-arranjador, por isso será difícil que algum dia crie um jingle completo. Assim, quando surgir a solicitação:
- coloque em texto tudo aquilo que você desejar que saia no jingle.
- especifique o tema e o tipo de música que você imagina adequada.
- procure uma produtora e tenha uma reunião de briefing com o maestro e o produtor. Eles provavelmente prepararão uma peça-piloto que servirá para você saber se está de acordo com a sua criação.
Ouviu? Ouviu mesmo? Então, vamos criar!

5.0 - ANEXOS
6.0 - Bibliografia

projeto 3

Inflexão Vocal



Observa-se inflexão vocal em todos os estilos de locução. A intensidade desta variação se dá de acordo com o segmento da emissora. Em princípio, locutores de emissoras populares tendem a usar inflexão vocal com maior freqüência. Entretanto, é preciso ficar claro que, em qualquer que seja a locução e qualquer que seja o segmento da emissora, a inflexão vocal deve estar presente, em maior ou menor grau.

Na prática, a inflexão vocal serve para “temperar” a locução. A linearidade da fala – muito comum em quem não trabalha com a voz – deve ser combatida com certas variações vocais durante a locução. Com o passar do tempo o locutor vai adquirindo uma “capacidade natural” de fazer inflexão na fala. Para os principiantes, o conhecimento desta variação vocal aliado à prática de alguns exercícios desenvolve uma boa inflexão vocal.


Exercícios de Inflexão


a) Sujei de manga a manga do meu paletó.
b) José Maria não nada nada.
c) A mulher do caixa da Caixa econômica perdeu sua caixa de jóias.
d) Maria casa em casa.
e) Leve o que é leve e deixe o que é pesado.
f) A parada militar está parada há uma hora.
g) Quebraram o banco do Banco do Brasil.
h) Como rápido como você.
i) Quando desço o morro de Mãe Luiza morro de medo.









Na frases abaixo, faça as devidas inflexões vocais não levando em consideração o contexto da informação.



FRASE 1 – Apesar de toda polêmica em torno da reeleição, o presidente Fernando Henrique Cardoso já anunciou que NÃO será mais candidato.


FRASE 2 – Apesar de toda polêmica em torno da reeleição, o presidente Fernando Henrique Cardoso JÁ ANUNCIOU que não será mais candidato.


FRASE 3 – Apesar de TODA polêmica em torno da reeleição, o presidente Fernando Henrique Cardoso já anunciou que não será mais candidato.


FRASE 4 – Apesar de toda polêmica em torno da reeleição, o presidente FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Já anunciou que não será mais candidato.

projeto 2 radio

Impostação Vocal




A voz determina a própria personalidade de quem fala. Quando estamos tristes, alegres, apressados, seguros, etc..., a primeira identificação deste comportamento é transmitida pela voz. Por que será que a voz reflete com tanta nitidez o que se passa no interior das pessoas? Desde o nosso aparecimento na terra até os dias atuais, adaptamos certas partes do nosso aparelho digestivo e certas partes do nosso aparelho respiratório para a fabricação da fala e construímos, assim, o nosso aparelho fonador. Nota-se, entretanto, que o aparelho fonador – embora exista para a fabricação da fala – é uma adaptação do nosso organismo, e qualquer problema de ordem física ou emocional será imediatamente revelado através da voz.
É exatamente ai que o locutor deve trabalhar uma correta impostação vocal. Ela deve ser efetivada para um maior envolvimento com o ouvinte. Na verdade chega a ser um aspecto subjetivo na locução. Em princípio, um ouvinte “comum” não desliga o rádio simplesmente porque “não gostou” de sua impostação. Uma má impostação não o envolve e ele, inconscientemente, acaba desligando o rádio ou mudando de estação.
Para trabalharmos uma correta impostação é preciso – antes de qualquer coisa – entendermos o correto conceito de impostação de voz para o rádio atual. A idéia de “mudar a voz”, ainda muito comum ao teatro (em função dos personagens), não é mais interessante para veículo rádio. Tempos atrás, só as “ grande vozes” trabalhavam no rádio. O que se faz hoje em relação à impostação é a correta colocação da voz ao microfone sem, necessariamente, “mudar a voz”. Mais importante que uma bela voz é comunicação.
Uma boa impostação vocal está intimamente ligada à pratica diária de locução e a uma certa doze de sensibilidade por parte do locutor. Pode-se, entretanto, valorizar certos aspectos da fala para aproximar-se de uma “impostação ideal”.








A velocidade da fala é fundamental para se efetivar uma boa impostação. Cada individuo tem um ritmo próprio, e isso tem de ser respeitado. Agora, se você está com as vogais bem colocadas, o risco da sua mensagem não ser entendida é bem menor. Cuidado para não ser nem muito lento nem muito rápido. Você pode ser lento o suficiente para ser entendido sem ser “para baixo”. Uma outra dica: tente pronunciar bem as vogais finais de cada palavra.




O pique

Felizmente quem está começando no rádio erra mais por excessos do que por desconhecimento técnico. Principiantes costumam confundir o que os radialistas chamam de pique por um “ritmo muito corrido”, às vezes se aproximando do grito. Tenha calma. Usando uma correta impostação vocal você poderá ser alegre, energético – sem exagerar no pique. O excesso de pique compromete não só sua locução como a comunicação, como um todo. Hoje, pode-se entender o termo “pique” como “rica inflexão vocal”.


Pontuação Gramatical X Pontuação Expressiva


Rádio é, antes de tudo, som. É onde se dá a valorização da oralidade. A pontuação gramatical existe no texto escrito. Mas quando falamos a pontuação que “aparece” é a expressiva (ver textos informativos da rádio). Os sinais do ponto (.), virgula (,), dois pontos (:), e ponto e virgula (;), entre outros, surgiram para tentar “traduzir” pontuações expressivas. Esta pontuação é usada, também, para a respiração do locutor. É uma pequena pausa que ajuda no entendimento do que está sendo dito. Procure definir, antecipadamente, onde será feita a pontuação expressiva. Para tanto leia sempre o texto antes de ir ao ar. É importante que o locutor saiba o que está lendo.


Trabalho de voz



Outra parte de extrema importância no rádio é o trabalho de voz. Ao contrário do que se possa imaginar, este exercício sistemático não consiste em “mudar” a voz do locutor. Tenta-se neutralizar excessos regionais, aproximando-se do que chamamos de “nacionalização da locução”. De uma forma meio involuntária, o rádio institucionalizou um modo de se falar ao microfone, neutralizando os sotaques de cada região. Genericamente, há pouca diferença entre, por exemplo, um locutor do Espírito Santo e um de Pernambuco, em se tratando de trabalho de voz.

Cuidado com as letras “D” e “T”.

Por exemplo: bom dia; a oficina de rádio acontecerá de 05 à 09 de maio; boa tarde;

Cuidado também para não trocar o som do “S” pelo som do “X”, algo muito comum no nordeste brasileiro.

projetos para usar o rádio na escola

UFRN – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE COMUNICAÇAO SOCIAL – JORNALISMO
DISCIPLINA – TÉCNICA DE LEITURA E APRESENTAÇAO DE TEXTO
PROFESSOR – ADRIANO GOMES
ALUNAS – FRANCISCA GILVANEIA
MARIA DA SAUDADE
SYDIA FELIX
“Quando eu soltar a minha VOZ, por favor, entenda

Que palavra por palavra eis aqui uma pessoa se entregando,

Coração na boca, peito aberto, vou sangrando,

São as lutas desta nossa vida, que eu estou cantando,

Quando eu abrir minha garganta, essa força tanta,

Tudo que você ouvir, esteja certa(o) que estarei vivendo

Veja o brilho dos meus olhos e o tremor das minhas mãos,

E o meu corpo tão suado, transbordando toda raça e emoção.

E se eu chorar e o sol molhar o meu sorriso, não se espante,

Cante, que o teu canto é a minha força pra cantar.

Quando eu soltar a minha VOZ, por favor entenda,

É apenas o meu jeito de viver o que é amar...”

“Sangrando”

Música do Gonzaga, Jr.
( O Gonzaguinha)
SUMÁRIO

1. A VOZ NO TEMPO – ASPECTOS HISTÓRICOS:


1.1. INTRODUÇÃO


1.2. CONCEITO


1.3. HISTÓRICO


1.4. A EVOLUÇAO HISTÓRICA DAS LÍNGUAS


1.5. ORATÓRIA – A COMUNICAÇÃO ORAL


2. ELEMENTOS DA VOZ


3. VOZ E FALA: PARTICULARIDADES


4. HIGIENE DAVOZ


5. ANATOMIA DO APARELHO FONADOR



6. CONCLUSÃO


7. BIBLIOGRAFIA

APRESENTAÇÃO




Como apresentação do primeiro trabalho da disciplina Técnica de Leitura e Apresentação de Texto, ministrada pelo professor Adriano Gomes, sobre a voz, escolhemos um artigo de Eunice Mendes, (fonoaudióloga) para apresentação, que resume e engloba todo o significado e poder que nós humanos do terceiro milênio, apesar ainda das dificuldades, temos como símbolo da nossa evolução: A VOZ.

“Que som é este que sai de mim, ora como murmúrio ora como risada?

Que som é este que passa pelas veias da minha pele e se espalha pelo meu corpo como música em noite de festa?

Que som é este que sabe de mim mais de que eu mesmo e conta ao mundo os meus desejos mais secretos?

Que som é este que sendo a minha voz imprime em cada fala o meu traço, o meu riso, a minha dor e o meu compasso?

Que esta voz, que sou eu, me represente com a sensibilidade dos poetas e a alegria das crianças que brincam de roda nas calçadas do mundo!

Que esta voz, que sou eu, me represente com a sensibilidade dos poetas e a alegria das crianças que brincam de roda nas calçadas do mundo!

Que esta voz, tão particular e tão minha, seja a ponte certa até à mente e o coração das pessoas!

A voz é o espelho vocal da personalidade humana. É o símbolo que nos apresenta ao mundo por meio dos sons. É a nossa carteira de identidade vocal. Ela é a única em suas vibrações, cor, tons, sabor, textura e musicalidade.

Por meio da voz traduzimos quem somos, o que sentimos e como enxergamos o mundo. Por meio dela é possível detectar as sombras e a luminosidade de cada um. A voz é uma arma poderosa.

Ela é um dos instrumentos de influência mais eficaz nas condições humanas, junto com os gestos. É muito poder para ser desperdiçado.

Conhecer a própria voz é conhecer um pouquinho da própria alma. A voz desnuda nossas angústias, sonho, alegrias e intenções. Ela imprime publicamente uma parte do território das características individuais. Quem busca autoconhecimento tem na voz que o integra ao mundo uma ferramenta especial que mostra traços importantes de seu ser.

Utilizando a voz como instrumento, construímos a nossa fala com todos os matizes que nos distinguem como personagens únicos da nossa história.

Nossa melhor voz, nossa melhor comunicação

Reconhecer a voz que temos, identificar seus pontos fortes e frágeis aperfeiçoá-la em sua expressividade, faz parte da estruturação mais positiva da auto-imagem.

Se a voz que temos hoje não nos agrada por estar desvitalizada e insegura, isso não precisa ser eterno. Somos julgados e avaliados a cada instante da nossa vida, também pelos sons que emitimos. Precisamos buscar uma voz que agrade nossos ouvidos e os ouvidos alheios.

O que falamos é importante, mas o que dá credibilidade à mensagem é a harmonia e a coerência entre o que se diz e a forma como a voz transmite a informação.

A mudança começa, é claro, em nós mesmos, no trabalho voltado à auto-imagem e à auto-estima e isso terá uma conexão direta com a voz. Muda o homem, muda a sua voz! Não temos uma voz. Somos uma voz! E a nossa imagem social é muito afetada de forma positiva ou negativa pelo som de nossa voz.

Resgatar a voz verdadeira, com todo o potencial que ampliará as habilidades de comunicação é realizar um inventário pessoal que pode nos fornecer trilhas altamente significativas para o encontro de uma imagem vencedora.”

Eunice Mendes




A VOZ NO TEMPO: ASPECTOS HISTÓRICOS


Introdução

A voz é uma das extensões mais fortes da nossa personalidade, nosso sentido de inter-relação na comunicação interpessoal, um meio essencial de atingir o outro. Nada assusta mais do que encontrar pelas ruas alguém que fala sozinho. Imediatamente é considerado louco, única e exclusivamente porque não existe o outro. E a voz só existe porque existe o outro.
Sendo, portanto a comunicação humana individual, sob nenhum aspecto ela é tão individual quanto na maneira de falar.

Conceito

A voz humana é o resultado da ação de um sistema versátil e intricado para produção de sons, cujas partes mais intimamente associadas a produção são os pulmões, a traquéia, a laringe, a faringe, as cavidades nasais e a cavidade oral. A qualidade vocal é, em nossos dias, considerada o mais completo atributo de um indivíduo, e sua avaliação fornece indícios sobre os parâmetros físicos, psicológicos, sociais e culturais.
O estudo da voz humana está ligado não só à fisiologia geral, como também à neurologia, à laringologia e à endocrinologia.

Histórico

Desde os primatas há 15 milhões de anos, aos primeiros representantes da subespécie Homo sapiens há mais de 300 mil anos,destacamos o Homo sapiens sapiens, que é a espécie à qual pertencemos e que tinham muita destreza na fabricação de ferramentas e realizavam pinturas em cavernas, revelando sua expressão artística. Nos primórdios da vida em grupo, o homem, imagina-se, teve de lançar mão de estratégias de comunicação que não se utilizavam da palavra, utilizando como prováveis métodos de expressão, a comunicação facial e gestual, que nos tempos atuais, esse tipo de comunicação ainda é preponderante.
Há cerca de 10 mil anos, indivíduos da espécie humana, começaram a cultivar plantas para seu próprio consumo. Assim passaram a escolher e a produzir aquilo que necessitavam. Com a agricultura, essas pessoas não precisavam se deslocar à procura de alimento podendo estabelecer-se num mesmo lugar, geralmente onde havia um rio ou um lago. Foi assim que surgiram as primeiras civilizações.
Embora se acredite que o Homo habilis já apresentasse alguma forma de linguagem, foi a partir das primeiras civilizações que a cultura humana começou a se desenvolver. Desde então, a evolução cultural se sobrepôs à evolução biológica do ser humano, conforme afirmam muitos cientistas.
A linguagem e a cultura permitiram ao Homem ultrapassar os limites impostos pelas características físicas se adaptando ao ambiente e fazendo a sua própria evolução.








A Evolução Histórica das Línguas



Acredita-se que, em princípio, devido as restrições anatômicas de seu aparelho fonador, o homem era capaz de emitir sons limitados, mas que tinham grande potencial comunicativo. Esses sons primitivos, semelhantes à lalação de uma criança lactente, podem fazer parte de uma enciclopédia sonora, que tem significado universal e transforma a música, por exemplo, em uma forma de comunicação que transcende o conteúdo semântico das palavras.
Chomsky teoriza que todas as línguas humanas atuais têm alguma coisa em comum, fundamentalmente idêntica, que representa uma estrutura profunda, impressa no patrimônio hereditário do homem. Por esta teoria, a linguagem seria uma propriedade biológica do espírito humano, como se a capacidade de expressar ideais coletivos estivesse vinculada às atividades grupais ancestrais, como caçar, acampar e migrar.
A linguagem como fala articulada surgiu há pouco tempo na história da terra. A partir do estudo de fósseis de cerca de 70.000 anos pode-se ter uma idéia de quais os sons que os seres humanos deste período conseguiam emitir.
Devido à proeminência da mandíbula, da colocação da língua em uma postura mais posterior na boca e, principalmente, da posição mais alta da laringe do pescoço, este homem teria dificuldade de emitir os sons que dependessem de uma maior participação da faringe para serem elaborados.
Há muito se percebeu que as línguas mudam com o tempo e, aparentemente, são diversos os fatores que interagem para que as faladas hoje em dia sejam como são. Além dos fatores constitucionais e ambientais, os idiomas têm uma evolução que brota do caminhar dos povos que os originaram.
Atualmente, acredita-se que a língua mãe de todos os idiomas falados no continente europeu seja o que foi denominado como proto-indo-europeu, originário das planícies do sul da Rússia. Desta primeira língua, apareceram o protogermânico, que se desmembrou em línguas como o alemão, o holandês, o sueco e o inglês; e o proto-itálico e protocelta, que originaram o italiano, o português, o espanhol e o francês.
Como referencial histórico, o império romano, principal distribuidor do latim, estabeleceu o esqueleto para a maioria das línguas faladas na Europa. Mas foram os povos do norte da Europa os que imprimiram maior influência na formação de nuanças nacionais e os que mais projetaram suas características populares nestas línguas.
Para compreender os resultados desta miscigenação é curioso observar as origens da civilização Viking. Para ela, nada podia sobrepujar o parentesco, e a imagem do pai onipresente, sendo que o filho, além de seu nome, recebia o nome de batismo do pai como nome de família.
As crianças eram criadas com disciplina e amor. Havia uma acentuada predileção pelo ensino prático e pelas atividades atléticas, que acabavam por predominar na rotina diária.
Desde o início, esta civilização apresentou um perfil democrático, com a mulher tendo certa igualdade em relação ao homem. Podemos perceber isto ao notarmos que o número de deuses femininos era igual ao de masculinos.
Afeitos a jogos violentos e acreditando que tinham o direito a qualquer coisa que a terra pudesse oferecer, os povos do norte desceram para o sul da Europa e acabaram por dominá-la, mesmo que desorganizadamente, com certa facilidade.
Sua linguagem era rude, a intensidade e a velocidade da fala tinham correspondência com sua atividade física.
É surpreendente ver a quantidade de palavras escandinavas que tem o som aspirado quando o conteúdo é positivo e otimista. Talvez isto represente a sua utilização em momentos de atividade atlética ou na felicidade do riso, muito freqüentes no dia-a-dia bárbaro (Durant, 1950).
Já na Alemanha, o meio ambiente pode ter causado grande impacto na formação do idioma. As florestas eram imensas e a comunicação difícil. Os germanos perpetravam tarefas rurais, rústicas e severas. Os perigos estavam por toda a parte. O caráter intenso e reservado do trabalhador solitário da campanha ainda existe no idioma alemão. A língua que chegou a nós foi uma mistura desta simplicidade com o latim e grego doutos falados pelas populações das cidades, provavelmente uma das mais instruídas da época, uma vez que muitas crianças recebiam ensino de línguas (Arnold, , apud, Andrada e Silva, M. A; Costa, H. O.).
Esta rudeza de espírito e praticidade da vida do campo acabou por suprimir a estrutura gramatical do latim e por provocar fusões de palavras e fraseados duros e longos.
Na França, os francos encontraram um latim mais arraigado e já fortemente influenciado pelo celta. Os povos que viviam próximos ao oceano acabaram por suavizar as consoantes latinas na língua francesa.
Na Espanha, os visigodos, devido à influência da Igreja, foram aos poucos esquecendo o idioma germânico e passaram a falar um latim modificado, com acentuado caráter viril e docilidade feminina que se transformou no espanhol.
Outro grupo de línguas de relevância para a música de nossos dias vem da África e é conhecido como afro-asiático.
Uma das subfamílias desta progenitora é a língua semítica, falada no norte do Saara. Os povos que utilizam variações do semita apresentam uma característica de voz com sons estranhos devido à elevação da laringe, o que se supõe ser uma proteção das vias respiratórias superiores ao ressecamento ocasionado pela inspiração de ar com pouquíssima umidade (Arnold, apud, Andrada e Silva, M. A; Costa, H. O.).
A segunda subfamília proveniente deste tronco é a chamada niger-congo, falada ao sul do Saara e que gerou mais de 600 línguas, cada qual com sua peculariedade, mas que guardam a característica comum de produzirem sons fricativos e estalidos de alta intensidade por intermédio de movimentos bruscos das paredes da boca e faringe.
Notamos que a fala tem uma ligação íntima com o desenvolvimento e evolução dos povos, sendo alterada por eles e influenciado-os de alguma maneira. Se há alguma importância em compreender esta evolução só a nossa rotina diária com pessoas dos mais diferentes backgrounds culturais é que nos poderá responder.



Oratória – A Comunicação Oral



Na Grécia antiga, o grande filósofo Aristóteles, por volta de 336 a.C. foi um dos pioneiros a escrever sobre a oratória, que é conhecida atualmente como a arte de falar bem, utilizando o termo “retórica”. Durante centenas de anos a Retórica foi a base de toda a formação cultural humana. Para Aristóteles, a Retórica não era uma ciência, mas a arte de persuadir através da palavra falada.
A oratória teve os seus primórdios na Antiguidade, provavelmente com os ensinamentos de Córax e Tísias, autores de um tratado de retórica por volta do século V a . C., na Grécia, segundo Voilquin e Capelle. Com o início da democracia na Grécia, provavelmente em 466 a . C., os próprios cidadãos começaram a fazer seus próprios discursos, promovendo, assim , uma necessidade de conversação muito grande. Nas assembléias do povo se destacavam as pessoas que falavam melhor e com isso muitos começam a procurar ajuda. Surgiram, assim, os primeiros professores de arte de expor razões, os conhecidos sofistas.
Sodré (1967) em sua obra completa sobre a “História Universal da Eloqüência” comenta a importância que eles tiveram na organização dos conhecimentos, aliando sempre a oratória à filosofia.
Górgias e Demóstenes foram duas famosas personalidades gregas conhecidas por seus estudos em oratória. Górgias é apontado como introdutor dos estudos em retórica, apesar de ter o feito somente de forma oral, sem deixar sequer documento escrito. Demóstenes é personagem mundialmente conhecido por apresentar dificuldades na fala e tentar resolve-las sozinho. Em locais afastados treinava sempre sozinho, falando com pedregulhos na boca, comprovando , com isso, a eficácia de um treinamento quando se tem persistência. Foi talvez o precursor dos primeiros exercícios de dicção que se tem conhecimento.
Aristóteles (428-348 a.C.), principal discípulo de Platão, foi talvez o primeiro estudioso a deixar ensinamentos escritos sobre retórica em seu livro “Arte Retórica”, que é publicado até hoje. De acordo com Voiquin e Capelle, Aristóteles não fazia uso da fala ao público e sequer existe algum escrito a esse respeito. Ele foi apenas um grande estudioso dos processos que compõe a oratória, não sendo um usuário na prática.
Cícero, grande orador romano, ficou famoso por sua facilidade em se expressar oralmente e destacou-se, sobretudo, por suas aptidões filosóficas e literárias, discursando na língua grega com perfeição. Outro romano que merece ser citado como grande orador foi Quintiliano. Reuniu seus estudos sobre oratória em só obra, conhecida como “Instituições Oratórias” e segundo Polito (1988) pouco se acrescentou teoricamente depois de Quintiliano nos escritos sobre essa arte.
Todos esses famosos oradores, precursores dos estudos em oratória, foram responsáveis por instituir a “época de ouro da oratória”. Foi na idade Antiga que ela nasceu e teve seu maior desenvolvimento, evoluindo muito pouco nos séculos seguintes.
Após o período da Antiguidade, a oratória passa por uma fase vazia de acontecimentos na idade Média. Refugiou-se na igreja, ficando restrita aos sermões religiosos. Só voltou a surgir no período do renascimento, que segundo Sodré, é uma fase caracterizada por reivindicações dos homens pela vida. Surgem também, nessa fase, os famosos oradores políticos.
Na idade moderna a oratória continua presente, sobretudo nos acontecimentos sociais deste século, sejam de ordem política ou social, da qual conclui-se que a oratória é uma arte viva entre os povos. Apesar de sofrer modificações inerentes à linguagem e ao seu dinamismo, pode-se concluir que seus princípios básicos se mantêm intactos, da Antiguidade até os dias de hoje, e que seu domínio é anseio de muitos indivíduos atualmente.



Elementos da Voz


A voz depende de uma coluna de ar expirado (fonação), do reforço de atenuação de certas vibrações nas cavidades supraglóticas (ressonância), e da modificação do timbre pelos ressonadores e articuladores.
O sistema de ressonância é composto pelas fossas nasais, a cavidade da boca, o “céu” da boca, a língua, os dentes, as bochechas e os lábios. São os aparelhos que proporcionam ao som, timbre, colocação e alcance. Visam a moldagem e a projeção do som no espaço.
O órgão vocal vibrante é composto pela laringe com a glote, as cordas vocais e os ventrículos; é o gerador do som, o aparelho que proporciona ao som a altura, através da vibração das cordas vocais.
O aparelho respiratório compõe-se dos pulmões, fole e depósito de ar. São os pulmões que proporcionam ao som intensidade, força, potência e fôlego.
O diafragma é um poderoso músculo sobre o qual descansam as bases dos pulmões, tendo na parte inferior o estômago e os intestinos.
Os pulmões são “reservatórios de ar” e, ao provocarmos através dos músculos, a compressão dos pulmões, obrigamos o ar a escoar-se através dos brônquios e da traquéia. Este ar, ao passar pelas cordas vocais, faz com que eles vibrem, produzindo um som, o qual atinge os ressonadores superiores, onde é aperfeiçoado. O som assim produzido, não tem forma; necessita ser articulado. A articulação é feita pelos articuladores, comandados pelo cérebro, através dos nervos, que se distribuem pela língua e lábios. Desta forma surge a palavra.

No fenômeno da emissão da voz, distingue-se três elementos:
1º ) O tom – alguns chamam de altura ou freqüência: é o número de vibrações por segundo. A extensão da voz chamamos também de tessitura. É pela extensão da voz que se classificam as vozes em: tenor, barítono e baixo para vozes masculinas e soprano, mezzo-soprano e contralto para vozes femininas.
2º) O timbre – É a qualidade do som, que nos permite distinguir uma voz da outra. É a verdadeira personalidade da voz.
3º) A intensidade de volume – É a força com que o som é produzido; depende da potência, da expiração do ar contido no peito.
O tipo de voz varia de acordo com a situação e contexto e, portanto, mais de uma qualidade vocal pode aparecer na emissão do sujeito.
Os principais tipos de vozes são:
• Voz rouca – passa cansaço ao ouvinte
• Voz áspera – transmite agressividade, desagradável.
• Voz sonora – causa impressão de fraqueza.
• Voz sussurrada – confere caráter intimista.
• Voz fluida – confere sensualidade ao falante.
• Voz gutural – transmite raiva e agressividade.
• Voz comprimida – caráter rígido ao falante.
• Voz tensa-estrangulada – causa impacto negativo do ouvinte.
• Voz bitonal – indefinição de personalidade ou sexo do falante.
• Voz diplofônica – causa sensação de estranheza ou medo.
• Voz polifônica – sensação de deterioração física.
• Voz monótona – não captura o ouvinte.
• Voz trêmula – passa fragilidade.
• Vos pastosa – sensação de limitações mentais.
• Voz branca – reflete timidez e falta de energia.
• Voz crepitante – causa estranheza, medo e aflição.
• Voz infantilizada – falta de amadurecimento psicológico.
• Voz virilizada – característica da masculinidade.
• Voz presbifônica – transmite julgamentos negativos relativos a senilidade.
• Voz hipernasal – confere ao ouvinte a sensação de afetividade, carinho e sensualidade.
• Voz hiponasal – causam a mesma sensação de limitação de limitação intelectual da hipernasalidade
Citaremos ainda a articulação que dá claridade e nitidez à palavra. A boa articulação faz ressaltar todas as qualidades da voz.
Já o ritmo e a velocidade da fala dizem respeito à agilidade de encadear os diferentes ajustes motores necessários a fala. Psicologicamente, relacionam-se com a noção de tempo interior e com a rapidez mental do falante.
Outro elemento importante da voz é a respiração que neste caso indica os ritmos da vida, sendo o processo mais flexível do nosso organismo, o primeiro a se alterar em resposta a qualquer estímulo externo ou interno.





Voz e Fala: particularidades

Classicamente, Fonoaudiologia é a ciência que atua em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia do aparelho fonador, auditivo e motor, atuando, portanto, nas áreas de comunicação oral e escrita, voz e audição, bem como no aperfeiçoamento dos padrões da fala e da voz.
Particularidades de cada área:
Voz
• Avaliação, prevenção e tratamento de disfonias.
• Avaliação, prevenção e reabilitação de pacientes de cirurgia de cabeça e pescoço.
• Orientação e prevenção de patologias laríngeas em profissionais da voz: professoras, telefonistas, atores, cantores, locução e artes cênicas, entre outros.

Fala
• Avaliação, prevenção e tratamento de disfagias, dislatias, disfemias, disfluências, disartrias e alterações miofuncionais.





Higiene da Voz

Para se comunicar verbalmente, o ser humano faz uso de seu aparelho fonador, de sua voz (além de usar gestos corporais e faciais). Alterações vocais podem levar o indivíduo a ter dificuldades ou ser impossibilitado de se comunicar através da voz.
Com o objetivo de prevenir o aparecimento ou o agravamento de alterações vocais, fonoaudiólogos costumam alertar seus pacientes utilizando-se das normas da Higiene Vocal.
Cabe ressaltar aqui que “Normas de Higiene Vocal, segundo Naidich (1989), se referem à prevenção de problemas que possam afetar a voz, não limitando-se só aos cuidados do aparelho vocal, mas também aos de outros órgãos e funções que possam interferir indiretamente, colaborando em seu bom funcionamento.
Geralmente as recomendações mais mencionadas aos pacientes são:
• Hidratação do Organismo – é imprescindível que o profissional da voz tenha sempre a seu alcance um copo d’água, em temperatura ambiente, durante suas performances (a quantidade ideal é a ingestão de 7 a 8 copos por dia). Um corpo permanentemente hidratado significa pregas vocais hidratadas e com melhor flexibilidade e vibração.
• Gritar sem Suporte Respiratório – Se houver necessidade de gritar, deve-se inspirar profundamente, sentindo seu abdômen expandir, juntamente com suas costelas, e dar o seu recado em forte intensidade, sincronizando a contração da musculatura abdominal com o fechamento das pregas vocais. Procedendo desta maneira, o falante libera uma maior quantidade de ar para as pregas vocais, que estarão fortemente aproximadas, causando uma espécie de explosão do som.
• Golpe de Glote – significa falar com ataques vocais bruscos, golpeando uma prega vocal contra a outra. Isto ocorre principalmente nos inícios de frases ou palavras iniciadas por vogais. Para evitar o golpe de glote é necessário um bom suporte respiratório, com apoio do ar no músculo diafragma (músculo respiratório mais importante) e intercostais externos (músculos entre as costelas, que dão sustentação às mesmas).
• Tossir ou Pigarrear Excessivamente – A prática constante destes dois procedimentos acaba ferindo as pregas vocais, que reagem ao atrito constante, causando um aumento da produção de muco para se protegerem contra o impacto. O melhor meio de eliminar a vontade de pigarrear é reduzindo a produção de muco e, para tal, a única maneira é parar de produzir o atrito entre as pregas vocais, parando de pigarrear.
• Falar em Ambientes Ruidosos ou Abertos – Automaticamente aumentamos a intensidade de nossas vozes diante de ruídos intensos ou ambientes ao ar livre. No primeiro caso falamos mais intensamente porque perdemos o retorno auditivo de nossas próprias vozes e, no segundo caso, porque a onda sonora se dissipa com mais facilidade. A melhor maneira de produzir uma fala audível em ambientes ruidosos ou abertos é aumentando o seu volume e, para tal, deve-se: articular os sons precisamente; projetar a voz na máscara (na região da face, dando uma característica vocal mais metálica à voz – postura facial discretamente em sorriso com elevação das laterais da língua, auxiliam nesta produção) e elevar a freqüência da voz (tom), levemente em direção aos agudos.
• Utilizar Tom Grave ou Agudo Demais – Em situações de fala usual, espera-se de um individuo normal e saudável que ele fale com um tom médio, habitual, por volta da terceira ou quarta nota musical acima da nota mais grave que ele consegue produzir. Segundo várias pesquisas esta é a região de maior conforto para o falante. Nenhum extremo vocal grave (abaixo da terceira nota) é erroneamente confundido com falar em fraca intensidade. O ouvido humano é pouco sensível aos graves; o paciente falando neste tom passa a não ser entendido e, muitas vezes, lança mão do aumento da intensidade, sobrecarregando suas pregas vocais. No entanto, se ele aumentar o tom de voz em uma ou duas notas acima do seu tom habitual (quinta ou sexta nota acima da sua emissão mais grave) isto não acarretará problemas (desde que não esteja produzindo tensão), já que uma pessoa normal tem pelo menos uma oitava inteira de notas acima do seu tom habitual.
• Falar Excessivamente Durante Quadros Gripais ou Crises Alérgicas – Durante as gripes fortes e crises alérgicas, é freqüente o aparecimento de quadros de rouquidão e obstrução nasal. Isto ocorre porque há um inchaço das mucosas que revestem o trato respiratório. Nesta ocasião, é altamente recomendável o aumento da hidratação, para auxiliar na fluidificação das secreções, além da economia da voz. Vocalizar excessivamente sobre o tecido inchado pode ser extremamente prejudicial, causando danos irreversíveis à mucosa que reveste as pregas vocais, como por exemplo, os pólipos (pequenas vesículas, semelhantes a bolhas d’’água, que correspondem a distensões localizadas de tecido associadas ao abuso vocal nestas situações).
• Praticar Exercícios Físicos Falando – A prática de atividades físicas concomitantemente à fonação deve ser evitada, pois, durante o esforço físico, ocorre um aumento no fechamento das pregas vocais e este mecanismo, aliado à fonação, pode gerar sobrecarga, principalmente se o falante estiver ao al livre ou em ambientes ruidosos (professor de academias de ginástica, por exemplo).
• Fumar ou Falar Muito em Ambientes de Fumantes – O cigarro, além de nocivo à saúde, é altamente irritante às mucosas do trato vocal. O fumante, além de sofrer os efeitos da nicotina prejudiciais à saúde, ainda destrói os cílios do trato respiratório responsáveis pela varredura do muco retido nas suas paredes, aumentando a sensação de pigarro. Além disto, a fumaça resseca as pregas vocais, dificultando sua vibração. O efeito acaba sendo o mesmo permanecendo em ambientes de fumantes.
• Utilizar Álcool em Excesso – O álcool, além de irritante, tem um efeito anestésico, que mascara a dor de garganta (a dor ao falar é um poderoso fator de alerta ao profissional da voz e indicativo de que o abuso vocal está machucando as pregas vocais). Sprays e pastilhas de garganta têm efeitos semelhantes ao álcool neste aspecto. Além disto, o etilismo age no sistema nervoso central, interferindo no controle vocal e articulatório, causando a fala típica do érbrio, com entonações alteradas e articulação imprecisa.
• Falar ou Cantar Abusivamente em Período Pré-Menstrual – Durante a fase pré-menstrual ocorre um aumento seguido de uma redução do nível de estrogênio no corpo da mulher, causando o inchaço de várias regiões do corpo. Assim como os seios entumecem, as pregas vocais também podem sofrer o mesmo processo, gerando uma voz mais grave e profunda neste período.
• Falar Demasiadamente – Falar demais causa sobrecarga vocal. Não devemos nos esquecer que as pregas vocais são músculos, e como qualquer outro músculo do corpo têm um limite, podendo fatigar.
• Rir Alto – Geralmente apoiamos naturalmente o riso na musculatura respiratória. Podemos observar isto claramente, pois quando estamos rindo realizamos movimentos ritmados do abdômen. Como no grito, o riso não fará mal se não for em excesso ou em intensidade exagerada.
• Falar Muito Após Ingerir Grandes Quantidades de Aspirinas, Calmantes ou Diuréticos – A aspirina causa aumento da circulação sanguínea na periferia das pregas vocais. Com a associação do atrito de uma prega contra a outra, há um aumento da fragilidade capilar, ocasionando o extravazamento de sangue para fora dos tecidos. Os diuréticos e os calmantes ressecam as mucosas, sendo que os últimos também causam imprecisão articulatória.
• Discutir com Freqüência – Durante brigas e discussões, a pessoa perde completamente o controle voluntário sobre os aspectos vocais orientados, pois está sob o domínio das emoções. Evitar situações de discussão é o único meio de controlar os abusos vocais nestas circunstâncias. Contrair a musculatura abdominal pode auxiliar, mas não resolve a sobrecarga causada pela tensão muscular gerada pelo estresse.
• Cantar Inadequada ou Abusivamente e Fazer Parte de Corais sem preparo Vocal – Aulas de canto são extremamente benéficas à saúde vocal do profissional da voz, desde que não haja patologia laríngea. O canto sem preparo e técnica pode ser extremamente prejudicial ao aparato vocal, causando sérios distúrbios orgânicos secundários. Quando o abuso vocal é cometido por atividades extraprofissionais, como gritar durante atividades esportivas, o profissional da voz deve ser orientado quanto às precauções a serem tomadas para proteger-se contra os prejuízos causados. Estes abusos vocais devem ser completamente modificados ou, então, eliminados.
• Alimentação – De maneira geral, as dietas devem ser ricas em proteínas visando vigor e força muscular. Entretanto, evite alimentos pesados e condimentados, principalmente se são comuns sintomas como azia, má digestão e refluxo de substâncias gástricas. Estas secreções podem banhar as pregas vocais (e isto geralmente ocorre à noite quando estamos dormindo), causando irritação das mesmas.



Anatomia do aparelho fonador

A anatomia referente à voz não é composta por um único órgão e sim por um conjunto de estruturas que se inter-relacionam para atingir o objetivo vocal. Portanto, quando estudamos a voz devemos focar nossa atenção em todo este grupo, denominado de aparelho fonador.
Numa visão geral, podemos descrever este aparelho como composto por uma fonte geradora de pressão aérea, uma região de modificação de energia, uma região de modulação sonora e uma de articulação do som.
A região geradora de pressão aérea é composta pelo tórax, com seu arcabouço músculo-cartilaginoso e pulmões, e pela musculatura abdominal. Este grupo de estruturas tem como função gerar uma força suficiente para mobilizar o ar contido nos pulmões em direção à laringe.
Há dois grupos musculares inseridos nas costelas, os intercostais internos, participantes da expiração, e os intercostais externos, responsáveis pela inspiração.
Fechando a caixa torácica inferiormente, está o músculo diafragma, que tem a forma de cúpula e que, quando se contrai, na inspiração, se retifica, empurrando o intestino inferiormente.
Também os músculos abdominais têm sua atuação na respiração e na geração de um gradiente de pressão aérea para a fonação. Os músculos reto, oblíquo e transverso abdominais são os principais responsáveis pela expiração forçada utilizada em frases prolongadas ou na emissão com alta intensidade.
Podemos dividir a musculatura respiratória em inspiratória e expiratória. A primeira compreende o diafragma e os intercostais externos, os escalenos, os grandes e pequenos peitorais, os grandes dorsais e os elevadores de escápula. A segunda é composta pelos intercostais internos, os denteados, os retos abdominais, os transversos abdominais e os oblíquos internos e externos.
O funcionamento respiratório natural é um processo ativo na inspiração e quase passivo na expiração. Para que o ar entre nos pulmões o diafragma se contrai, ficando retificado e, ajudado pelos músculos intercostais externos, gera uma pressão negativa entre a pleura pulmonar e a parede do tórax. Com isso, o ar é sugado para os alvéolos, preenchendo-os.
No momento de expirar, há um relaxamento do diafragma e dos intercostais externos, o que facilita o mecanismo elástico do tecido pulmonar e cartilagens costais, levando o tórax a sua posição do repouso e à saída de ar dos pulmões. A expiração pode ser ajudada pela contração dos músculos abdominais (retos, transversos e oblíquos), levando a uma expiração forçada e mais profunda.
O ato de falar ou de cantar exige o uso de mecanismos mistos, passivo e ativo, para atingir seus objetivos. A musculatura utilizada dependerá do que se pretende alcançar.
Passamos agora à região modificadora de energia cinética do fluxo aéreo em energia sonora.
A laringe localiza-se no topo da traquéia e é constituída por cartilagens, músculos e por um epitélio de revestimento especial. As cartilagens laríngeas têm por função manter o arcabouço do órgão, não deixando que ele colapse. Há também cartilagens que se prestam como pivôs para facilitar a movimentação muscular.
Há outros músculos que não pertencem à laringe mas que exercem a função na produção da voz. Dentre eles se destacam os músculos estilohióideo, digástrico e hioglosso que, estando inserindos no osso hióide, fixam e sustentam o órgão no pescoço; os músculos constritores inferiores da faringe, que englobam a cartilagem tireóide posteriormente, quando contraídos, participam no alongamento dos músculos tireoaritenóideos; os músculos esternotireóideos tracionam a laringe para baixo, provocando o agravamento da voz. Já os músculos esternocleidomastóideos têm uma função especial na modulação vocal, tendo sido reportados problemas de transição de registros, quebra de sonoridade no portamento, particularmente no decrescendo e diminuição do tempo de emissão quando eles são seccionados, por exemplo, na tireoidectomia.
A laringe é revestida por um epitélio do tipo respiratório que tem, nas pregas vocais, características particulares. Na superfície é do tipo escamoso simples, bastante fino e transparente.
A região de modulação sonora é o trato vocal, que é constituído pela faringe, boca, cavidades nasais e paranasais. São as verdadeiras cavidades de ressonância da voz e têm forma de F. Sua importância é capital para a qualidade final do som emitido.
A faringe está diretamente ligada à laringe, englobando-a lateral e posteriormente. Forma um tubo vertical, mole, mas que tem capacidade de constrição e redefinição geométrica. Ela é dividida em três seções de baixo para cima.
A hipofaringe tem como função facilitar a passagem de alimentos da boca para o esôfago, tem a forma de um escorregador que se espraia em volta da laringe indo em direção à entrada do esôfago posteriormente. Pode estar alargada, quando relaxada , ou estreita, quando tensa. Ela é importante para a formação da voz encoberta ou aberta.
A orofaringe se inicia na porção mais superior da epiglote e termina no véu do palato mole superiormente e no pilar anterior da fossa amgdaliana anteriormente, quando ocupada, provoca um som escuro e engolido, como ocorre no sujeito com amígdalas grandes.
A rinofaringe comporta o segmento mais posterior das fossas nasais, deve estar ocluída pelo véu palatino, durante a fonação, para evitar a ressonância de fonemas não nasais nesta região.
As cavidades nasais e paranasais, apesar de , por muito tempo, terem sido desconsideradas como cavidades de ressonância, atingiram tal status a pouco tempo, a partir de estudos que demonstraram sua eficácia na ressonância de sons graves.
Abaixo, apresentamos um quadro simplificado do aparelho fonador e suas 5 partes em que é dividido:






Parte Componentes Função
Produtores Pulmões, músculos abdominais, diafragma, músculos intercostais, músculos extensores da coluna Produzem a coluna de ar que pressiona a laringe, produzindo som nas cordas vocais

Vibrador Laringe Produz som fundamental
Ressonadores Cavidade nasal, faringe, boca Ampliam o som
Articulador Lábios, língua, palato mole, palato duro, mandíbula Articulam e dão sentido ao som, transformando sons em orais e nasais
Sensor Ouvido – capta, localiza Captam, selecionam




Conclusão




Ao concluirmos, observamos que a expressividade do corpo, da fala e da voz é fundamental para a comunicação verbal, efetivada de vários modos; por movimentos mais sutis da expressão facial, pela fala, pela voz e até mesmo pelo ritmo da respiração.
Certas pessoas sabem utilizar todos esses elementos em benefício do seu crescimento profissional e principalmente pessoal, favorecendo suas inter-relações no dia-a-dia. Possuem uma autopercepção mais refinada, um autoconhecimento corporal desenvolvido, o que contribui para o aproveitamento de todas as ferramentas com que a natureza as dotou.
O cotidiano muitas vezes nos distancia da busca desse crescimento, mas sempre é tempo para revertemos isso e buscarmos o equilíbrio respiratório, muscular, vocal e interacional por meio da comunicação, a fim de que possamos nos apossar tranqüilamente do nosso corpo e experimentar todas as possibilidades do bem falar.



















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